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Nem verdes nem vermelhos

(Londres, brpress) - Candidato da situação venceu com uma das porcentagens mais altas na eleição de um presidente – não apenas na Colômbia mas em toda a América Latina. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – Como era previsto, o governista Juan Manuel Santos teve mais do dobro dos votos de Antanas Mockus, do Partido Verde, nas eleições colombianas, no último domingo (20/06). O comparecimento às urnas também foi menor no segundo que no primeiro turno, algo contrário à experiência da Colômbia e de outros paises.

Segundo dados oficiais, Santos venceu o segundo turno com 69% dos votos válidos; Mockus ficou com 27,5% e 3,5% foram em branco. Na Colômbia, os votos em branco ou anulados não são contabilizados, ainda que tenham chegado a representar algo mais de 2% do total. O absenteísmo, que no primeiro turno ficou em torno da metade dos inscritos, desta vez aumentou em 10%.

Mais que Uribe

Santos venceu as eleições com uma das porcentagens mais altas na eleição de um presidente, não apenas na Colômbia mas em toda a América Latina. Sua votação superou a de Uribe, ainda que seu chefe tenha sido eleito e se reelegido sem a necessidade de segundo turno.

Enquanto Santos cresceu de 46,5% para 69% dos votos (um acréscimo de mais de 22%), Mockus subiu de 21,5% para 27,5%. Os seis pontos conquistados pelos verdes nem sequer chegam aos 9% que o Pólo Democrático (de centro-esquerda) obteve no primeiro turno.

Coalizão

Mockus não quis nem foi capaz de criar uma coalizão contra Santos. Ao contrário, o candidato da situação obteve o grosso dos votos de todos os candidatos não esquerdistas, que ficaram depois do segundo lugar, no primeiro turno. 

Os seguidores de Uribe tiveram a habilidade de explorar a recente libertação de oficiais capturados pelas FARC e de se  apresentarem como a única alternativa capaz de dar estabilidade ao país.

Nem os verdes nem os vermelhos que usam a cor amarelo (Pólo) foram capazes de apresentar uma clara contraproposta. Mockus, que se negava a questionar o modelo “uribista”, perdeu terreno ao reivindicar todos os pilares do atual governo, inclusive o aumento de impostos.

Ao apontar como sua maior diferença apenas a intenção de dar um tom mais honesto e legal às atuais políticas econômicas e de segurança, muitos preferiram apostar em quem era o verdadeiro autor e comandante destas mesmas orientações.

O Pólo ficou diluído no segundo turno pois os votos em branco, que foram poucos, apenas dobraram, e o absenteísmo ocorrido não expressou um movimento de massas (mas que se tratava de uma eleição com os resultados já pré-definidos e durante a Copa e o Dia dos Pais). Isto se deu devido ao Pólo ter ido modificando seu perfil, primeiramente ao aceitar várias diretrizes da estratégia anti-subversiva de Uribe e, depois, por ter se aproximado de maneira infrutífera de Mockus.

(*) Analista de política internacional, Isaac Bigio lecionou na London School of Economics e assina coluna no jornal peruano Diario Correo. Fale com ele pelo e-mail [email protected] Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ou pelo Blog do Leitor. Tradução: Angélica Resende/BR Press.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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