Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

Quero essa costela de vaca bem cozida e atolada na mandioca! Foto: DivulgaçãoQuero essa costela de vaca bem cozida e atolada na mandioca! Foto: Divulgação

E a vaca atolou!

(brpress) - Vaca Atolada, iguaria mineira à base de mandioca e carne de vaca, tem origem discutível, mas o paladar é unânime: bom demais! Por Angélica e Marcus Campos.

Angélica e Marcus Campos*/Especial para brpress

(brpress) – Dizem por aí que a expressão Vaca Atolada se origina dos tempos dos Tropeiros. Nada mais contraditório!

Quando se iniciou a povoação dos sertões das Gerais, esses comerciantes itinerantes abasteciam os povoados e vilarejos com toda sorte de produtos disponíveis na época. O principal era o sal que, devido à distância do mar, era tão desejado e tão raro por aquelas paragens, que no Arraial do Tejuco pagava-se o seu peso em diamantes.

Quando a carga era muito volumosa, arriscava-se o excedente das canastras de couro presas aos  lombos de burros, em carros de bois, que encontravam muitas dificuldades para transpor aqueles caminhos quase intransitáveis.

Não se tem registro de tropeiros trazendo vacas. Acredita-se que raramente isso acontecia, pois as vacas eram muito preciosas no fornecimento do leite, matéria prima essencial na fabricação de alimentos muito apreciados na época e, assim, permaneciam nas fazendas.

O povoamento do rebanho bovino nas Gerais deu-se de forma lenta e progressiva. A medida que os colonos  adentravam o interior e mais longe  se estabeleciam, traziam consigo seus animais e o rebanho bovino, devido às condições favoráveis, tanto prosperou ao ponto de estar em  Minas Gerais, atualmente, um dos maiores rebanhos de gado bovino do Brasil.

Com o passar do tempo, em ocasiões especiais, passou-se a abater uma ou outra novilha. As carnes nobres eram servidas nas festividades e as outras, ditas de segunda, eram cozidas, mergulhadas em banha e acondicionadas em latas para serem servidas no dia a dia. Como naquele tempo a mandioca era um alimento bastante utilizado  no cotidiano, era comum ouvir a patroa dizer para a cozinheira: Quero essa costela de vaca bem cozida e atolada na mandioca!

E assim ficou conhecida essa deliciosa iguaria que vamos preparar em seguida.

Ingredientes:

Dê preferência à mandioca amarela, menor e mais fina, que proporciona um resultado mais cremoso. 1 kg é suficiente. Escolha um pedaço de costela também  perto de 1 kg, não muito magro, da ponta de agulha para cima. 2 cebolas médias. 1 maço de salsa e outro de cebolinha. Sal e alho a gosto, uma folha de louro e uma pitada de colorau.1 cubo de caldo de costela e óleo.

Preparo:

Descasque e lave a mandioca, picando em pedaços e levando  a cozinhar em água fria. Quando estiver bem cozida, corte ao meio cada pedaço,  retire o pendão e divida em cubos. Separe uma parte e, com um garfo, amasse bem como se fosse um purê.

Pique e tempere as costelas com alho e sal e deixe descansar por meia hora para o tempero entranhar. Ponha um fio de óleo na panela de pressão e doure as costelas.Acrescente uma cebola bem picada , o caldo de costela e a folha de louro. Cubra com água quente, tampe a panela e deixe cozinhar na pressão, até ficarem bem macias.

Esquente uma outra panela média, de pedra ou barro de preferência, dissolva a mandioca amassada em água quente, junte a outra cebola ralada e a pitada de colorau. Deixe levantar fervura e misture ao caldo à mandioca picada em cubos, juntando a seguir a salsinha picada finíssima.

Bem cozida a costela, deposite os pedaços nesta panela, deixando cozinhar até a carne começar a soltar dos ossos. Use o caldo da costela que restou para dar o ponto, que deve ser mais para pastoso.Salpique com a cebolinha bem picada e…”tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha…” deve ter dito a costela para a mandioca!

Sirva quente, em tijelas rústicas, individuais. Bom demais!!!!!

(*) Angélica Campos resgata, com habilidade de historiadora,  lembranças, tradições e “causos” envolvendo receitas familiares, regados a informações históricas sobre as comidas. Colaborou Marcus Campos/Especial para brpress. Fale com ela pelo email [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou pelo Facebook.

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate