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Pintor político: Kaya Mar mostra quadro de Dilma: crítica à Copa. Foto: DivulgaçãoPintor político: Kaya Mar mostra quadro de Dilma: crítica à Copa. Foto: Divulgação

Festa brasileira em Londres

(Londres, brpress) - Repórter é impedido de fotografar quadro retratando presidente Dilma no gol defendendo bolas com palavras como "corrupção". Por Geraldo Cantarino.

(Londres, brpress/12/06/2014) – A praça Trafalgar Square, um dos pontos turísticos mais visitados do centro da capital inglesa, foi palco hoje do Brazil Day, uma grande festa brasileira de rua para marcar o início da Copa. Em meio a centenas de torcedores – brasileiros, britânicos e de muitas outras nacionalidades –, com bandeiras e camisas verde e amarelo, um solitário e silencioso protesto se fez notar.

    O artista britânico Kaya Mar levou um quadro que ele pintou da presidente Dilma Rousseff. Na pintura, ela aparece como goleira da seleção brasileira tentando defender quatro bolas. Cada uma delas traz uma palavra com os problemas do país: econômico, político, social e corrupção.

Impedido

    Impedido por um segurança que não identificado de ser fotografado pela imprensa, Mar, que se classifica como “um pintor político”, conseguiu falar sobre o seu trabalho somente fora da Trafalgar Square. “Gostaria de mostrar o verdadeiro lado dessa Copa do Mundo”, disse. Para ele, a presidente está tentando lidar com vários problemas ao mesmo tempo, mas não consegue resolvê-los e está perdendo de goleada. “Estou aqui em solidariedade a todas as pessoas que se opõe à realização dessa Copa do Mundo no Brasil”.

    Segundo o artista, o dinheiro público deveria ter sido investido para aliviar o sofrimento dos brasileiros e oferecer mais oportunidades de trabalho, educação, saúde e habitação. “Oposição precisa ter uma voz”, protestava Mar.

    Uma matéria de capa do jornal The Guardian desta quinta-feira (12/06) sobre a Copa no Brasil ressaltou que, para conter protestos, as Forças Armadas brasileiras haviam sido colocadas em prontidão e que, com a exigência da Fifa pela isenção de imposto de renda relativo ao evento, “Brasil deixa de arrecadar mais de US$ 240 milhões”.

Clima de Brasil

    No grande palco, montado em frente à tradicional Galeria Nacional de Arte, apresentações de música deram o ritmo: do samba ao maracatu, do forró ao chorinho, passando pela bossa-nova. Barracas de comida típica apresentaram um cardápio variado: xinxim de galinha, bobó de camarão, churrasco brasileiro, aipim, batata-doce na brasa, bolo de fubá e açaí, que virou moda por aqui.

    A empresa Cravo & Canela, especializada em comida brasileira em Londres, não fez por menos. Preparou 16 mil coxinhas de galinha e 6 mil pães de queijo, que estavam saindo como água.

    Os ingleses Owen Foster e James Chilton, que trabalham ali perto no banco HSBC, foram surpreendidos pela festa e aproveitaram a hora do almoço para fazer uma boquinha. Sob sol forte e calor de 25 graus, Owen disse que o clima brasileiro estava vindo para Londres.

    O britânico Brian Perry, 60 anos, do condado de Essex, era um dos mais animados. De camisa estampada, cachecol com a bandeira do Brasil e óculos verde e amarelo, ele sambava com jeitão de Elvis Presley. “Eu adoro festas brasileiras”, celebrou.

    O brasileiro Carlos Ferreira, que mora em Londres há nove anos e trabalha como garçom, disse que a festa era uma ótima oportunidade para trazer a emoção do Brasil para a Inglaterra.

    O evento contou com organização da Embaixada do Brasil e teve o apoio da Prefeitura de Londres. O embaixador brasileiro Roberto Jaguaribe disse que o objetivo da festa foi mostrar a diversidade brasileira. Idealizador do Brasil Day, ele até arriscou alguns passos de samba e jogou totó com a diplomata Liliam Chagas de Moura. “Levei uma surra”, disse.

(Geraldo Cantarino*/Especial para brpress)

(*) Geraldo Cantarino é jornalista, formado pela Universidade Federal Fluminense e com Mestrado em Documentário para Televisão pelo Goldsmiths College, Universidade de Londres, onde mora. É autor de quatro livros publicados pela Mauad Editora.

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