Brasil inicia corrida pelos testes
(brpress) - Ministério da Saúde pretende aplicar 22,9 milhões de exames, fazendo testagem em massa, estratégia adotada por países que conseguiram controlar a doença, como a Coreia do Sul, mas não detalhou como isso será feito.
(brpress) – Com o agravamento da pandemia do novo coronavírus, o governo brasileiro deixou de orientar a realização de testes somente em casos graves – como tem acontecido em países como o Reino Unido. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda aos países que façam a maior quantidade possível de testes. E com o aumento das infecções no Brasil, o Ministério da Saúde (MS), então, mudou sua posição.
No começo das infecções no Brasil, o MS prometeu o fornecimento de 10 milhões de testes — do tipo sorológico, reagente e mais rápido, que rastreia a presença de anticorpos contra o novo coronavírus no organismo, mas não o vírus – em todo o país. Os primeiros testes serão voltados exclusivamente a profissionais de saúde afastados do trabalho em razão da manifestação de sintomas associados à COVID-19.
O MS anunciou depois que pretende aplicar 22,9 milhões de testes. A ideia é fazer testagem em massa, estratégia adotada por países que conseguiram controlar a doença, como a Coreia do Sul. Até agora, a pasta não detalhou como isso será feito.
O secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Wanderson de Oliveira, disse que a pasta receberia 1,3 milhão de testes da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – o principal laboratório público do país e o maior da América Latina, que está liderando a campanha #SELIGANOCORONA contra o coronavírus nas favelas do Rio.
O Instituto de Bio-Maguinhos, da Fiocruz já entregou 30 mil kits para testes moleculares, chamados também de PCR-RT, que detecta material genético do vírus. A produção chegará a 50 mil neste mês e triplicará em abril. A brpress entrou em contato com a Fiocruz para saber mais detalhes sobre se a instituição tem novas informações sobre capacidade de produção e aumento da demanda por testes, mas, até o fechamento deste conteúdo, não obteve retorno.
China
O ministério anunciou a contratação dos primeiros testes rápidos, fornecidos pela Wondfo, empresa da China — acusada pelo deputado federal e filho do presidente da república, Eduardo Bolsonaro, de ter “espalhado o vírus numa guerra biológica do Partido Comunista contra os EUA”, criando uma tremenda saia-justa diplomática com o maior cliente das commodities do Brasil.
Depois do imbroglio, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, admitiu que pode não ocorrer o fornecimento dos milhões de testes à população. “Continuamos fazendo os nossos testes pela Fiocruz. Temos nossa capacidade de produção. Estamos colocando 2,3 milhões de testes de PCR-RT à disposição de todos os estados”, disse.
Segundo a Fiocruz , testes sorológicos serão fornecidos por um fabricante parceiro dos Estados Unidos. Vale lembrar que os testes rápidos sorológicos são considerados como testes de triagem, ou seja: dependentes de contraprovas para um diagnóstico definitivo.