Edimburgo em ebulição
(Edimburgo, brpress) - Juliana Resende esteve em Edimburgo a convite do Visit Scotland e comprovou a força artística e econômica dos festivais.
(Edimburgo, brpress) – Este não é um verão qualquer para Edimburgo. A capital escocesa segue, de carona no festival London 2012 – as chamadas Olimpíadas Culturais que acontecem em todo o Reino Unido, paralelamente aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos – em ebulição cultural até dia 02/09. É quando termina a etapa mais quente da festa em que se transforma a cidade natal da autora de Harry Potter, JK Rolling, todo agosto – mês em que acontecem nada menos que cinco dos 12 festivais anuais: The Royal Edinburgh Military Tattoo, Edinburgh Festival Fringe, Edinburgh Art Festival, Edinburgh International Festival e Edinburgh International Book Festival.
São eventos que já viraram marca registrada daquilo que pode ser considerado a maior usina cultural sazonal do mundo. Os festivais levam a Edimburgo mais de meio milhão de turistas, cerca de 25 mil artistas de 90 países fazendo cerca de 21 mil apresentações de cerca de 4 mil atrações espalhadas por cerca de 300 espaços da cidade. Parece muito para uma cidade gótica, com pouco menos de 500 mil habitantes? Pois agora faça as contas: os festivais de Edimburgo injetam cerca de US$ 400 milhões na economia escocesa, anualmente.
Culture Summit
Dá até mesmo para pensar seriamente em se separar do Reino Unido: em 2014, o Parlamento escocês promete votar se o país continua ou não parte da Grã-Bretanha. Falando em Parlamento escocês, a casa recebeu “membros” diferentes nos dias 13 e 14/08, na primeira edição do Edinburgh International Culture Summit, ou Encontro Internacional de Cultura de Edimburgo. Ministros e oficiais de cultura de diversos países – incluindo o Brasil – foram à capital escocesa para trocar experiências e discutir como atividades culturais podem aproximar povos e nações.
Os participantes aproveitaram o calor dos festivais e do Ano da Escócia Criativa (Year of Creative Scotland) para discutir políticas culturais, trocar experiências e estabelecer colaborações, partindo da premissa de que cultura não é supérfluo – é uma das áreas-chave para a economia e para o bem-estar psicológico das pessoas, especialmemte em tempos de crise.
Nesse sentido, países em conflito que vêm investindo em atividades culturais e promovendo experiências positivas, como Irlanda do Norte e Iraque, tiveram destaque especial. “Tanto os Jogos quando as Olimpíadas Culturais foram uma fantástica celebração da cultura britânica e mundial, ilustrando claramente o papel aglutinador e motivador exercido pela arte”, disso o ministro britânico da cultura Ed Vaizey.
Brasil
O Brasil, como sede da Copa 2014 e Olimpíadas 2016, pode e deve beber na fonte desta experiência de fazer destes megaeventos vitrines para a riqueza e produção cultural. A secretária de cultura da Escócia, Fiona Hyslop, deu o recado: “Num tempo em que tantos países lutam para assegurar uma existência pacífica e mais igualitária a seus cidadãos, a cultura é um caminho para traduzir estas ideias em uma linguagem universal, que transcende diferenças sociais”.
A diretora-geral dos festivais, Faith Liddell, adianta que em 2013 está programando uma mostra exclusiva de atrações do Brasil, este ano representado pela Cia de Dança Deborah Colker – que foi ovacionada numa das apresentaçõoes do espetáculo Tatyana, assistido por esta repórter –, pelo violoncelista Antonio Meneses (ambos no Festival Internacional) e pelo monólogo O Estrangeiro, de Guilherme Leme (no Fringe).
Animado com a presença do Brasil, o diretor-executivo do Festival Internacional, Jonathan Mills, conversou com a brpress. Para ele, o grande mérito do festival é “construir pontes culturais, promover o diálogo entre diferentes culturas por meio de manifestações artísticas” – exatamente o objetivo do Barão de Coubertin ao criar os Jogos Olímpicos da Era Moderna.
(Juliana Resende/brpress viajou a Edimburgo a convite do Visit Scotland)
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