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Trump é punk?

(Londres, brpress) - Agora, essa pode ser uma das perguntas que não querem calar e que o festival Punk London tenta responder nos 40 anos do movimento. Por Juliana Resende.
Esta pode ser uma pergunta que não quer calar e que o festival Punk London tenta responder nos 40 anos do movimento. Por Juliana Resende.

(Londres, brpress) – O ano em que estão sendo comemorados os 40 anos do movimento punk parece longe de terminar – pelo menos em Londres, onde comemorações e subversões seguem a mil, concentradas no festival Punk London. E novembro é um mês quente, apesar do outono londrino e de muita água já ter passado por debaixo das pontes do Tâmisa.

O calendário é extenso, misturando música, cinema, exposições, festas, happenings e até uma queima de memorabilia punk – promovida por Joe Corré – o filho pródigo do casal 20 do punk, a estilista Vivienne Westwood e o empresário dos Sex Pistols, Malcolm McLaren (leia a entrevista concedida por ele à brpress no UOL). 

DIY

Corré estará entre um time punkster de notáveis, incluindo a modelo Jordan e o ex-manager dos Buzzcocks, Richard Boon, no Museu de Londres, instituição das mais ativas no Punk London, que recebeu,  catalogou e expôs doações públicas, entre objetos e indumentária icônicos da era de ouro do DIY, ou “do it yourself” (“faça você mesmo”) – uma filosofia de vida muito dominante no século 21, e ainda mais sob os sombrios ventos do Brexit.

Seria a saída do Reino Unido da União Européia um ato punk? Deve o legado punk ser, afinal, celebrado ou incinerado? Quarentão, estaria o punk em plena crise de meia idade? Se o movimento começasse agora, como seria? O que o punk significa hoje? Donald Trump é punk?

No future

O fato é que, para quem não tinha nenhum futuro, o punk foi longe demais e segue influenciando bandas, políticos, comportamentos, modas, artes e se infiltrando em cada fresta da cultura urbana global contemporânea.

Por isso, as celebrações transcendem os três acordes de hinos como Anarchy in the UK e God Save the Queen (o segundo voltou recentemente à BBC, que tocou a versão dos Pistols para sacanear um parlamentar que pediu a volta da execução do hino nacional homônimo britânico a cada final de programação).

Foi uma resposta bem punk ao clamor de Andrew Rosindell: “O costume está na hora de ser restaurado, para enviar uma mensagem de que a Inglaterra está de volta, após a votação do Brexit, em tributo à Sua Majestade”, argumentou o político. Bollocks!

Espírito de punk

O Punk London abrange toda a simbologia e o arquétipo de um fenômeno que desafiou o status quo nos anos 70 e provocou indignação, além de muita atitude. Do moicano ao coturno, passando pelas tachas, correntes e cusparadas, o espírito punk ainda assombra o establishment e, mesmo sem ter nenhuma pretensão de mudar o mundo, mudou.

O bas-fond punk pode ser conferido no festival de documentários Doc n’ Roll, trazendo estreias mundiais como Sad Vacation: Last Days of Sid & Nancy (assista ao trailer abaixo).

É possível rever cenas e personagens emblemáticos do punk nas fotos de Adrian Boost reunidas na expô 40 Years of Punk, na galeria Proud Camden – berço do movimento em Londres que se apropriou tão bem dessa rebeldia que virou atração turística permanente.

(Juliana Resende/brpress)

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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