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A atriz Maria Doyle KennedyA atriz Maria Doyle Kennedy

Um Dia de São Patrício para ficar na história

(São Paulo, brpress) - Cineasta irlandês Alan Gilsenan fala sobre “rainha” irlandesa do Paraguai e Roger Casement em evento da Cátedra de Estudos Irlandeses W. B. Yeats, na USP. Por Juliana Resende.

(São Paulo, brpress) – Em todo o mundo, o Dia de São Patrício, o santo padroeiro da Irlanda, é ampla e etilicamente celebrado dia 17 de março. Este ano, as festividades têm uma atração especial em São Paulo. O cineasta irlandês Alan Gilsenan veio no Brasil para uma palestra sobre adaptação literária para cinema, na Abertura de Atividades de 2017 da Cátedra de Estudos Irlandeses W. B. Yeats, da Associação Brasileira de Estudos Irlandeses (ABEI), ligada à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), onde ele dá outra palestra nesta segunda-feira (20/03), às 13h30, com entrada franca.

É na sala 261 do prédia da Letras, que Gilsenan – após ser muito aplaudido falando sobre adaptação literária para o cinema e apresentando trechos de seu novo filme, Unless (2016), adaptado do best seller homônico da escritora canadense Carol Shields – revela mais sobre sobre a irlandesa Elisa Lynch, tema de seu filme Queen of Paraguay (2013), e sobre o diplomata irlandês Roger Casement, que serviu, paradoxalmente, tanto o governo britânico (especialmente no Brasil, no começo do século 20) quanto a causa nacionalista da Irlanda, tema de seu documentário The Ghost of Roger Casement (2002) – também nome de um poema de William Butler Yeats. 

A palestra de Alan Gilsenan promete fechar com chave de ouro as celebrações de Saint Patrick. “Ele está entre os mais prestigiados cineastas irlandeses da atualidade e as histórias de Elisa Lynch e Roger Casement são incrivelmente fascinantes”, diz a cônsul da Irlanda no Brasil, Sharon Lennon, uma entusiasta do intercâmbio cultural entre ambos os países. 

‘Rainha’ irlandesa do Paraguai

Eliza Lynch, Queen of Paraguay (2013) conta a história da intrépida irlandesa que se tornou a “rainha” não coroada do Paraguai. Ela mudou-se para o país na segunda metade do século 19, depois de casar-se com o filho do presidente do Paraguai, Carlos Antonio López, que prometeu à ela que se tornaria “imperatriz da América Latina”.

Deu tudo errado, com a Guerra do Paraguai, o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul, travado de 1864 a 1870, entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta pelo Brasil, Argentina e Uruguai. 

Heroína

Por seu importante papel durante a guerra, apoiando o marido – que acabou morto – e a população paraguaia, por meio de ações de caridade, Elisa é considerada heroína no Paraguai, apesar de ter fugido para Paris, expulsa pelo governo vencedor da guerra.

Em julho de 1961, por ocasião das festividades do aniversário de Elisa, o então ditador-presidente Alfredo Stroessner trouxe clandestinamente (foram exumados na calada da noite do cemitério Père Lachaise, em Paris) os restos mortais de Lynch e os depositaram no cemitério do museu histórico do Ministério da Defesa, na capital paraguaia, em uma majestosa urna de bronze.

É uma história e tanto – também tema do livro Calúnia, lançado no Brasil. E ainda tem mais: Lynch e López nunca foram casados no papel e no religioso. Por isso, ambos compraram uma imensa briga com a igreja católica paraguaia, que não permitiu que ela ela fosse enterrada ao lado do marido, no mausoléu construído por Stroessner. 

“A vida após a morte de Roger Casement” será como Alan Gilsenan vai introduzir a conversa sobre Roger Casement, cujo centenário de morte aconteceu em 2016 com diversos eventos em vários países, incluindo o lançamento, no Brasil, do livro Diário da Amazônia de Roger Casement (Edusp, 472 págs., R$ 56,00), num seminário sobre essa figura humanista e revolucionária. O documentário de Gilsenan é baseado no livro O Sonho do Celta, de Mario Vargas Llosa (veja vídeo em que ele fala sobre isso na USP). 

Psiquiatra revolucionário

Gilsenan ganhou manchetes este ano, na Irlanda, com outra boa história, devido ao sucesso de seu novo filme Meetings with Ivor (2017), sobre o revolucionário psiquiatra Ivor Browne, e cuja sessão no First Fortnight Festival, em Dublin, contou com a presença do presidente da Irlanda, Michael Higgins. 

Em breve, Unless (2016), penúltimo filme de Alan Gilsenan, deve estrear no Brasil. É sobre uma escritora bem sucedida e feliza, até que encontra uma de suas filhas que largou a faculdade para viver nas ruas mendigando, com uma placa de escrita “Bondade”. 

(Juliana Resende/brpress)

Assista ao trailer de Eliza Lynch: Queen of Paraguay (2013):

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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