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Claire Cunningham no palco:  sensação libertadora. Foto: Colin Hattersley/DivulgaçãoClaire Cunningham no palco: sensação libertadora. Foto: Colin Hattersley/Divulgação

Claire Cunningham: piruetas com muletas

(São Paulo, brpress) - Escocesa mostra do que é capaz com seu corpo e "assessórios" na perfoemance ME (Mobile/Evolution). Ela conversou com Juliana Resende.

(São Paulo, brpress) – Dançando para não dançar. Esse chavão pode resumir a trajetória da performer escocesa Claire Cunningham. Usando muletas desde os 14 anos, ela mostra do que é capaz com seu corpo em duas apresentações no Teatro Sérgiio Cardoso, no último final de semana, da performance ME (Mobile/Evolution).

    Claire Cunningham. encerra em grande estilo a Mostra +Sentidos, que, por sua vez, contém outra mostra: Unlimited: Arte sem Limites, trazida pelo British Council em parceria com Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo. E o mais interessante: todos os artistas têm algum tipo de deficiência e apresentam espetáculos radicais.

Espetáculos
 
    Depois de Robert Softley apresentar o bem humorado monólogo  Se Estes Espasmos Pudessem Falar (If These Spasms Could Speak) ,que conta histórias de pessoas com deficiência, suas relações com o próprio corpo e como eles se colocam no mundo, o público se deparou  com coreografias aéreas entre pedaços de corda em Caracóis e Ketchup (Snails & Ketchup), de Ramesh Meyyappan, sobre uma família cujo filho prefere viver em árvores.
 
    Em ME (Mobile/Evolution, Claire Cunningham faz piruetas com muletas, numa coreografia caleidocópica – que vai formando diversas figuras, a partir dos movimentos da bailarina. Bailarina? Uma vírgula. Em entrevista exclusiva à brpress, Claire conta que a última coisa que pensou na vida foi trabalhar com dança. “Queria ser uma cantora”, diz.

    Na verdade, Claire se considera uma performer e  tem todos os atributos – físicos e vocais – para ser cantora de uma banda de rock. Mas ela queria ser cantora lírica. “Ainda adolescente eu tinha tanta certeza disso, que comecei a ter aulas de canto” – e isso explica sua bela voz. “Aos 18, uma professora disse que seria mais fácil para mim trabalhar com o corpo – e eu não gostei nem um pouco” (risos).

Habilidades corporais
   
    Com o tempo, Claire viu que realmente tinha habilidades corporais, especialmente uma força extra nos membros superiores, por causa do manejo das muletas. Ela passou então a frequentar uma escola de circo em Glasgow.”Foi quando me candidatei a uma vaga numa companhia que queria alguém que tivesse técnicas circenses”. Era o início do trabalho que ela desenvolve hoje, e que o  jornal The Herald chama de “ visionário, inovador e muito divertido”.

    Mergulhando de cabeça na dança, guiada pela técnica  “contact and improvisation”, muito utilizada pelo coreógrafo americano Jess Curtis, Claire foi parar na cia Blue Eyed Soul, do País de Gales, que misturava bailarinos normais e com deficiências. “Jess me fez ver meu potencial como dançarina – ele me mostrou que não há certo e errado, não há forma pré-estabelecida”.

Móbiles

    Essa crença e esse repertório são a base de Mobile/Evolution, inspirado nos móbiles do artista americano Alexander Calder. “Ele é um dadaísta, da mesma escola de Marcel Duchamp, e criou  esculturas que se moviam. Vi uma exeposição quando estava trabahando em São Francisco e fiquei fascinada.Tem muito a ver com peso e equilíbrio, criando uma ilusão e mexendo com o estado das coisas. Eu faço isso fisciamente”, explica.

    O resultado é uma performance que “transforma objetos funcionais (muletas) em algo  de extrema beleza”, de acordo com o jornal The Guardian. O trabalho de Claire Cunningham só rem sido possível porque ela acreditou que arte não tem de ser somente algo “terapêutico” para pessoas com deficiência, mas um meio de ganhar a vida. “Hoje, vivo exclusivamente disso”, festeja.

Brasil

    Para continuar o trabalho que traz ao Brasil, depois de aclamado no Festival de Edimburgo 2009 e no London 2012 Festival, eventos culturais que aconteceram paralelamente às Olimpíadas, Claire recebe uma bolsa do governo escocês. Suas conexões com o Brasil são fortes desde que ela coreografou para a cia brasileira Candoco Dance Company, a peça 12, para celebrar os Jogos Olímpicos de Londres e as possibilidades emocionais e corparais que a dança proporciona, independente do que o corpo – e a mente – se julgam capazes.

(Juliana Resende/brpress)

Assista aqui ao vídeo sobre o trabalho de Claire Cunningham  com a Candoco Dance Company:

Assista a um trecho do espetáculo ME, de Claire Cunningham:

Veja mais fotos de Claire Cunningham  no Facebook da brpress.

    Todas as performances da mostra Unlimited: Arte sem Limites contam com recursos de acessibilidade como legendagem, tradução simultânea em libras, audiodescrição e programas em Braille.
 

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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