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Edward Norton, Kate Hudson e Daniel Craig na coletiva de Glass Onion, no London Film Festival. Foto: Juliana Resende/brpressEdward Norton, Kate Hudson e Daniel Craig na coletiva de Glass Onion, no London Film Festival. Foto: Juliana Resende/brpress

Daniel Craig fala de Benoit Blanc em Glass Onion

“Tento entrar no personagem, colocá-lo para dentro do meu sistema”, diz ator, sobre interpretar detetive gay. Por Juliana Resende

(Londres, brpress) – Fazia tempo que Daniel Craig não dividia o mesmo ambiente com tanta gente. A pandemia reduziu tudo ao Zoom. Mas não hoje. Hoje é dia de encontrar Edward Norton, Kate Hudson, Janelle Monáe, o diretor Rian Johnson… É uma galera divertida, na mira do detetive Benoit Blanc, interpretado pelo ator. “Parece mentira, mas cá estamos”, balbucia Craig. “É louco, uma nova realidade. Prazer em vê-los”.

É a coletiva de Glass Onion: Um Mistério Knives Out, sucessor de Entre Facas e Segredos (2018) que chega à Netflix neste Natal (23/12). Mesmo com este título horrendo em português (Johnson se inspirou na música dos Beatles, Glass Onion), o filme pretende ser uma versão contemporânea dos clássicos de mistério – Agatha Christie sem a elegância do mais recente Morte no Nilo, de Kenneth Branagh (embora o Hercule Poirot dele e o Benoit Blanc de Daniel Craig sejam igualmente estranhos). 

Detetive queer

James Bond virou um detetive queer com um figurino duvidoso. Duvido também haver uma chance de perguntar alguma bobagem a Daniel Craig – do tipo “Benoit é gay?”. Outro jornalista foi mais rápido e o diretor respondeu na lata: “Obviamente é”. 

Obviamente, Daniel Craig é um ator versátil, um homem interessante, ousado (da sunga azul em Casino Royale ao smoking de veludo vinho no tapete vermelho de No Time to Die) e que, no papel do detetive, tem a oportunidade de desconstruir o mito da masculinidade tóxica, do macho alfa.

Gentleman, dandy, cringe… Chame-o do que quiser. E procure uma vaga lembrança do visceral 007 que o ator de 54 anos encarnou por 15. É o que todos parecem querer encontrar.

Craig atrai todos os flashes. Terno claro, gravata impecável, lencinho no bolso, gumex no cabelo reco, orelhas de abano e aquela voz (que voz!)… “Tento entrar no personagem, colocá-lo pra dentro do meu sistema. Decoro as falas, esqueço e continuo atuando’.

O ator se mostra muito técnico e tenta explicar como o processo de construção do personagem (deste e qualquer outro) funciona. Sua polidez protocolar nas respostas parece adequada às perguntas protocolares. Até que…

Um estrondo ecoa no salão. Cai o pano. O ator se assusta e chama Jesus, interrompendo seu (aparentemente complexo) raciocínio sobre o quanto seu ritmo se impõe ao ritmo do diretor Rian Johnson (ao seu lado esquerdo da mesa). 

“Tento achar um meio termo naquele momento, entre o que estou pensando e o que Rian pensa, eventualmente me rendendo à brilhante visão dele”, completa Craig. 

Angela Lansbury

Ao mesmo tempo que critica a cultura da celebridade, Glass Onion ostenta famosos em pontas que são um luxo. Numa delas está Hugh Grant; em outra Angela Lansbury, que morreu aos 96, durante o Festival de Cinema de Londres, uma semana antes da coletiva. Lansbury, que divou em Hollywood no papel da escritora de mistério Jessica Fletcher, na série Assassinato por Escrito, foi lembrada como suposta inspiração para filmes do gênero “mistério”. 

Craig faz o fofo e diz ser fã da atriz por toda vida – “e que vida incrível ela teve!”, lembra o ator, arrancado aplausos dos colegas e jornalistas, após um deles perguntar se a atriz britânica inspirou Glass Onion. “Isso não posso afirmar mas o que posso dizer é que sempre fui seu fã”, diz o ator, emocionado.

(Juliana Resende/brpress)

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Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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