Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

Look da coleção Outono-Inverno da Burberry, por Daniel Lee. Foto: BurberryLook da coleção Outono-Inverno da Burberry, por Daniel Lee. Foto: Burberry

Daniel Lee reempacota bagagem de 167 anos da Burberry

Début mais esperado da London Fashion Week Out-Inv23, desfile foi moderno e fiel à herança da marca, mas não empolgou fashionistas. Por Andrea Kirst

(Londres, brpress) – Quebrar um ciclo ou reinventar algo tradicional é certamente uma missão difícil para qualquer designer que assume a direção criativa de uma marca estabelecida. É preciso inovar e ao mesmo tempo dar continuidade a uma imagem, conceito, códigos e estilo construídos ao longo de décadas. No caso da Burberry, a maior casa de moda de luxo britânica, essa herança é de 167 anos. E foi com ela que o estilista inglês Daniel Lee costurou a nova coleção apresentada na London Fashion  Week Outono-Inverno 23.  

Como seus antecessores, Lee optou por reempacotar a bagagem carregada desde a época de Thomas Burberry, fundador da marca. A Burberry sempre teve o foco em roupas para usar ao ar livre (outdoors), destacando casacos, sobretudos e jaquetas impermeáveis. Tanto que seu carro-chefe são os trench-coats longos em gabardine de algodão, que custam a partir de 1.700 libras, cerca de R$11 mil). Recente e certeiramente, a Burberry também investiu em perfumaria, cosméticos e acessórios. 

Estratégia na Bottega 

Numa tenda montada no sul do Tâmisa especialmente para o desfile, Daniel Lee colocou para jogo um case de sucesso: reinventou a Bottega Veneta, marca italiana sonolenta e tradicional, com seu design vanguardista. Seu trunfo foi alinhar a herança artesanal em couro da Bottega a a cores vibrantes, tornando sapatos e bolsas desejados por uma clientela moderna e jovem.

Na Burberry, Daniel Lee quer agradar este mesmo público com sua visão de vanguarda – um um pouco diluída pela pesada bagagem da marca. O que se viu foi uma coleção extensa, casual e focada no streetwear. Os famosos xadrezes ganharam cores fortes contrastando com tons escuros. Houve ainda vestidos com estampas mais leves e claras, com patos e o cavaleiro da “nova-velha” logomarca (Equestrian Knight Design – EKD) no novo azul.

Sapatos, bolsas e echarpes 

O primeiro look, com um casaco pesado de gola de pele verde, foi usado com uma bolsa também de pele e botas no mesmo tom. Vários outros looks seguiram esta composição: sapatos, bolsas e echarpes complementando a combinação. 

São bolsas que remetem à tradição inglesa da caça à raposa, com “rabos” de pele ou  mochilas práticas em tecidos resistentes; echarpes gigantes funcionam como capas; sandálias têm salto médio e base com pêlos (remetendo às Birkenstock com pele – coqueluche atual entre os jovens britânicos; botas, tênis e mocassins são enfeitados com uma rosa – outro símbolo da marca e da Inglaterra.

DNA londrino

Londres foi inspiração da direção de arte da nova campanha da coleção Heritage (herança) da Burberry, que rejuvenesce seu DNA com clássicos com um visual ultramoderno e casting estrelado. Daniel Lee declarou que se inspirou na “imensa criatividade que vem das ruas londrinas” e que quis “ser positivo” (num momento em que a economia do Reino Unido luta contra a inflação, tenta se recuperar do impacto da Covid e lidar com o Brexit).

Além de agradar a clientela e os fashionistas – que não suspiraram com o que viram na passarela –, o novo CEO, Jonathan Akeroyd, e o conselho administrativo da Burberry esperam que seu novo diretor criativo turbine o faturamento em cerca de 5 bilhões de libras (cerca de R$ 30 bilhões) até 2025.

Quem sabe este contexto, que torna a tarefa de Daniel Lee ainda mais hercúlea, o ajude a libertar a marca de carregar uma bagagem muito pesada por muito mais tempo. 

(Andrea Kirst, especial para brpress) 

#brpressconteudo #burberry #danielee #lfwaw23

Andrea Kirst

Especializada em Jornalismo Criativo pela New School For Social Research (NY) e Design Experimental de Moda pela Central Saint Martins, em Londres, onde mora há 10 anos, trabalhou na indústria da moda e colabora com a brpress.

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate