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Goiânia Noise tem público recorde

(Goiânia, brpress) - Encerrado no último domingo (29/11), festival nada contra a maré da música sertaneja e se orgulha de ser uma referência do pop nacional; público agradece – e comparece. Jarmeson de Lima esteve por lá.

(Goiânia, brpress) – Encerrado no último domingo (29/11), o festival Goiânia Noise é uma prova de resistência roqueira no cerrado brasileiro. Há 15 anos nadando contra a maré da música sertaneja, o festival hoje se orgulha de ser uma referência nacional e que pode contar com seu público em qualquer ocasião.

Mesmo sem grandes atrações e com grupos internacionais convidados que não gozavam de grande popularidade, o festival fez bonito quando apostou naquilo que o público de Goiânia quer: rock! Praticamente todos os shows tiveram um bom público. E mesmo os grupos que iniciaram a programação em cada dia tiveram sua cota de amigos e fãs na plateia.

Mesmo a programação paralela alternativa teve recorde de público. Quem foi ao Bolshoi Pub viu um show inacreditável da banda paulistana Detetives e a apresentação blues-rock-romântica de Ricardo Koctus, baixista do Pato Fu, em projeto solo. Outro destaque foi a “monobanda” O Melda, com letras engraçadas sobre o cotidiano de um dono de bar e seu frontman com guitarra em punho e baterista virtual.

Selecionada pelo concurso Petrobras nas Ondas do Rock, a banda carioca Glass and Glue fez sua estreia nos palcos de Goiânia. “Foi nosso primeiro grande festival e uma estreia deliciosa”, conta Marina Franco, uma das vocalistas do grupo. O mesmo sentimento de boa estreia foi compartilhado pela banda Milocovik, que chegou a Goiânia pela primeira vez trazendo referências do pós-punk e do rock dos anos 90.

Pela segunda vez na capital do rock do cerrado, a Volver viu seu público crescer mesmo sem ter tocado por lá há mais de três anos. Uma prova disso foi a quantidade de CDs vendidos após sua apresentação no Martim Cererê e ver a plateia cantando junto os versos de A Sorte, um dos hits do disco Acima da Chuva, que Bruno Souto, vocalista da banda, credita à exposição da banda em programas de TV e às críticas favoráveis.

Latinos

Como o evento mantém boas ligações com a América Latina, sempre há na programação grupos chilenos e argentinos. Neste ano, a maior surpresa deste lado do continente veio dos hermanos chilenos Guiso.

Formado pela dupla Alejandro e Álvaro Gómez, que fazem parte do grupo Perrosky, com o acréscimo de Alvaro Guerra e Bernardita Martinez, o Guiso surpreendeu a plateia com uma sonoridade que remete a grupos como Sonic Youth e Fugazi, além de muita distorção de garagem.

A grande expectativa do festival vinha, como não podia deixar de ser, da banda norte-americana Dirty Projectors, que encerrou o festival em sua segunda noite. Bastante elogiados pelos críticos do site Pitchfork pelo disco Bitte Orca, lançado neste ano. Com ou sem a força do hype, o Dirty Projectors ao vivo se garante, lembrando o som do Animal Collective e Björk.

Novidades

Outro ponto positivo do Goiânia Noise é a possibilidade de fazer grupos de diferentes pontos do Brasil circularem pela região e mostrarem seu trabalho aos produtores e jornalistas. Para o grupo Mini Box Lunar, do Amapá, a ida ao festival ainda possibilitou uma circulação de shows na mesma semana em Uberlândia e São Carlos, locais que também viram esta releitura da Tropicália com um toque bem atual.

De outro ponto do mapa brasileiro, Cassim & Barbária, de Santa Catarina, mostrou os frutos de sua experiência no Canadá e Estados Unidos. “Este foi o nosso último show do ano e foi bonito ver que fechamos com chave de ouro”, comemora Cassim, líder do grupo.

Convidados

Os pontos altos do Goiânia Noise deste ano foram os shows especiais, onde grupos convidavam músicos de outras bandas para dividir o mesmo palco. As parcerias do MQN com o Walverdes, bem como o Black Drawing Chalks com Chuck, fizeram os teatros Yguá e Pyguá do Martim Cererê ficarem no limite de sua capacidade.

Outros dois encontros bastante elogiados foram Porcas Borboletas com Paulo Patife, criador da Patife Band, e o irreparável show do Móveis Coloniais de Acaju com o trombonista Bocato. “O show teve um bom clima de celebração. Essa combinação do Porcas com o Patife acaba saindo meio ácida e algo que a gente gosta muito”, revela Danislau, integrante do Porcas Borboletas. O novo disco da banda, A Passeio, mostra toda a influência herdada da vanguarda paulistana, com melodias quebradas e letras um tanto quanto concretas.

Mas como a tônica do festival era se “espalhar pela cidade”, as mais de 2 mil pessoas que compareceram ao festival nestes dias, tiveram a oportunidade de não só ver shows, como ainda se espalhar pelo Centro Cultural Martim Cererê para socializar, beber, conversar, paquerar e fazer do Goiânia Noise este belo espetáculo musical.

(Jarmeson de Lima/Especial para brpress)

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