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Ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defende a revisão na política sobre drogas.DivulgaçãoEx-presidente Fernando Henrique Cardoso defende a revisão na política sobre drogas.Divulgação

FHC debate relação com cultura

(São Paulo, brpress) - Lançamento do livro Drogas e Cultura: Novas Perspectivas reúne políticos e especialistas terça (23/03), no Centro Cultural, com homenagem a Glauco.

(São Paulo, brpress) – Nesta terça-feira (23/03), das 15h às 20h, o Centro Cultural São Paulo abriga o lançamento do livro Drogas e Cultura: Novas Perspectivas, publicação apoiada e financiada pelo Ministério da Cultura que apresenta uma coleção de artigos sobre pesquisas recentes nesta área. A mesa de debates organizada para o lançamento tem as presenças confirmadas do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o Ministro da Cultura, Juca Ferreira, e o Secretário Municipal de Cultura, Carlos Augusto Calil.

Como sociólogo, FHC tem se destacado como defensor de uma total revisão na política de combate às drogas, incluindo a descriminalização do porte de pequenas quantidades – lembrando que o tráfico é grande fonte de recursos do crime organizado, financiador do submundo das campanhas políticas.

Algo errado

Junto à Comissão Latinoamericana sobre Drogas e Democracia, Fernando Henrique acredita que os políticos têm medo de debater o assunto e apela para uma mudança de modelo: “Se gasta uma fortuna na guerra às drogas e houve aumento do consumo e da criminalidade. Algo está errado e apelo para uma mudança de paradigma”.

FHC explicou que o pedido de descriminalização da maconha é defendido no documento da ONG porque estudos mostraram que os efeitos nocivos desta drogas são comparáveis aos do álcool e do tabaco: “Reconhecemos que a maconha tem um impacto negativo sobre a saúde. Mas inúmeros estudos científicos demonstram que o dano causado por esta é similar aos do álcool e do tabaco”.

Além de FHC, fazem parte da ONG os ex-presidentes César Gaviria (Colômbia) e Ernesto Zedillo (México). O grupo sugere uma revisão das políticas de repressão às drogas na América Latina, com foco em saúde pública, tratando os dependentes como pacientes e não criminosos, e investindo na prevenção voltada aos jovens, faixa etária onde há o maior número de consumidores.

De acordo com a ONG, apesar dos grandes investimentos, não tem obtido sucesso a estratégia de “guerra às drogas”, que tem ênfase na repressão à produção e na criminalização dos usuários.

    Repressão

    Cardoso considera que a repressão não pode ser “a qualquer custo”, e classifica de “violação inaceitável” a execução sumária dos traficantes por parte de policiais, principalmente em países nos quais não há pena de morte. FHC apenas pondera: “Não estamos pedindo o fim da repressão, mas que ela possa ser direcionada aos verdadeiros criminosos”.

    A ONG Comissão Latinoamericana sobre Drogas e Democracia argumenta que a criminalização não diminui a demanda, mas implica na geração de novos problemas. Além das questões de saúde, a entidade afirma que o encarceramento de usuários não condiz com a realidade da América Latina – o maior exportador mundial de cocaína e maconha –, considerando a superpopulação e as condições do sistema penitenciário.

Daime

Uma segunda mesa de debates reunirá Maurício Fiore e Sandra Goulart, co-organizadores do livro, além de Ge Marques, pesquisador do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre Psicoativos (Neip) e dirigente do Reino do Sol, igreja do Santo Daime. O evento também terá uma apresentação musical de um grupo da igreja e uma homenagem ao cartunista Glauco Vilas Boas.

O livro aborda os diversos usos de substâncias psicoativas e traça um panorama dos esforços recentes de pesquisa e reflexão em torno do tema no âmbito das ciências humanas. Em uma coletânea de 17 artigos redigidos por pesquisadores da área, a publicação destaca a cultura como uma das formas para lidar e tratar a questão das drogas. Ao final do evento, serão distribuídos exemplares do livro Drogas e Cultura: Novas Perspectivas.

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