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Obama mata Osama

(Londres, brpress) - Até agora, nenhuma fonte da Al Qaeda reconheceu morte do líder; simpatizantes postaram em em redes sociais que Bin Laden virou mártir. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – O presidente dos EUA anunciou a execução de Osama Bin Laden, de um de seus filhos e de outras pessoas, numa operação de 40 minutos, na qual nenhum de seus soldados foi ferido. Para Obama, foi feita justiça, impondo o pior golpe à Al Qaeda, em suas duas décadas de conflito contra o Ocidente.

A Casa Branca afirma que tem o cadáver de Bin Laden, que não foi mostrado ao público. O corpo seria mesmo da principal figura da maior rede mundial de terrorismo islâmico, já que o teste de DNA bateu com o que a agência de inteligência americana CIA conhece (a partir de exames de um parente dele).

Morte não reconhecida

Até o presente momento, nenhuma fonte da Al Qaeda reconheceu sua morte, ainda que alguns simpatizantes da rede tenham escrito em redes sociais que, pelo menos, Bin Laden havia se transformado em um mártir e teria escapado à sorte de Saddan Hussein, que foi preso, e em seguida humilhado, julgado e enforcado.

Este fato coloca uma série de questões. Uma é sobre as circunstâncias nas quais Bin Laden teria sido localizado. Após haver bombardeado durante anos diversas áreas da fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão, finalmente os EUA o teriam localizado, numa mansão nos arredores de Islamabad, capital do Paquistão.

Suspeito

A CIA havia interceptado uma correspondência de Bin Laden, que teria uma casa no valor de US$1 milhão, rodeada de muros de 3 a 6 metros de altura, e suspeitosamente, sem serviços de telefonia e internet.

Para alguém que se esconde da CIA, o ideal é estar mudando constantemente de lugar. Mas Bin Laden teria sido encontrado em uma casa que chamava atenção – e não distante de onde residem altos oficiais e personalidades do regime paquistanês.

Desconfiança

O Pentágono lançou a operação sem notificar o Paquistão, cujas autoridades, apesar de o país ser considerado um aliado, sofrem desconfiança. Autoridades paquistanesas – assim como a CIA –, na década de 80, patrocinaram a Al Qaeda contra os soviéticos.

Isto vem reforçar as tendências, dentro dos EUA, que sustentam o direito de, como superpotência, interferir em qualquer parte do mundo sem pedir permissão a ninguém e sem ter de guardar respeito algum à soberania de qualquer nação. Também oferecerá mais argumentos àqueles que bombardeiam a Síria e o Irã.

Impacto

Outra questão é sobre que impacto terá a baixa de Bin Laden na Al Qaeda. Vários antigos agentes da CIA manifestaram ao canal Al Jazeera suas dúvidas sobre este assunto, pois Bin Laden seria, antes de tudo, uma figura que fazia declarações, já que esta é uma rede mais federativa, na qual suas diversas bases têm mais autonomia.

Os “jihadistas” sabem que sua vida está com os dias contados pois, mais cedo ou mais tarde, devem morrer, seja se auto-imolando ou em combate. Um grande alívio para eles é que Bin Laden não se entregou, como queriam os EUA, mas teria resistido e morrido em ação.

Decadência

Robert Grenier, ex-diretor do Centro Contra Terrorismo da CIA, no período 2004-2006, considera que a AL Qaeda estava em decadência. Os levantamentos populares árabes vêm demonstrando quão pouco apoio esta rede teria entre as massas muçulmanas, muitas das quais estariam ressentidas com o fato de que a maior parte das vitimas maometanas nas últimas guerras deveriam ser creditadas a esta organização.

O ocorrido vem reforçar o governo de Obama, que deverá usar a cabeça de Osama como seu grande troféu, com o qual espera ser reeleito e relançar a megapotência norte-americana que governa como líder mundial.

(*) Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina, pela London School of Economics. Tradução de Angélica Campos/brpress. Fale com ele pelo e-mail [email protected] ou pelo Twitter @brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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