Gil, arteiro aos 70
(Brasília, brpress) - Mostra Gil70 chega à capital federal, com 23 trabalhos de diversos artistas dedicados a Gilberto Gil.
(Brasília, brpress) – Apesar de continuar a ser um dos artistas mais inventivos ainda em ação no Brasil e de ter passado pouco mais de 50 anos de carreira, Gilberto Gil parece não cansar nem desanimar. Foi essa a impressão que o ilustre fundador do Tropicalismo transmitiu ao público presente à exposição Gil70, que abriu em Brasília, depois de grande sucesso no Rio e em São Paulo, na última terça (12/03), no Museu Nacional do Conjunto Cultural da República.
A exposição, concebida pelo poeta André Vallias e pelo ensaísta Frederico Coelho, reúne 23 trabalhos dedicados aos 70 anos de Gil – comemorados em 26/06/2012. São pinturas, grafites, vídeos, fotografias, esculturas, poesias visuais e instalações interativas. Todas as obras inspiradas em canções de Gil ou dedicadas a elas.
O que o homenageado achou das obras que compõem a mostra? “Ficou linda. Temos aqui vários campos das artes juntas para expressar uma época rica na vida cultural brasileira”, declarou Gil. O próprio conferiu de perto obras de cada um dos 27 artistas, poetas, videomakers, músicos, cineastas, programadores e designers.
Toda Nenina Baiana
Tangenciando uma linha do tempo ilustrada com fotos, capas de discos e 18 displays com áudio, letra e comentários de 70 de suas mais emblemáticas composições, Gil coloca um dos headphones, ouve com atenção, sorri tímido e canta baixinho o som que escuta. A música é Toda Nenina Baiana.
Gillberto Gil, que colaborou musicalmente na feitura de uma das instalações interativas, não interferiu na curadoria da exposição. Mas fez questão de manter uma antiga tradição: a de jogar o I Ching, para associar o projeto a um dos 64 hexagramas do milenar oráculo chinês. Obteve o de número 29 – k’an / o abismal:”A água flui ininterruptamente e chega à sua meta: a imagem do abismal repetido. Assim o homem superior caminha em constante virtude e exerce o magistério”.
A exposição Gil70 tem ainda um desdobramento digital que inclui uma antologia de textos escritos por Gilberto Gil – entre manifestos, artigos, discursos e entrevistas – e uma coletânea de crônicas escritas especialmente para a ocasião por: Rita Lee, José Miguel Wisnik , Marisa Alvarez Lima, Hermano Vianna, Jerusa Pires Ferreira, Carlos Rennó, Fernanda Torres, Andre Midani, Inês Pedrosa, Arto Lindsay, Bernardo Oliveira, Francisco Bosco, Jorge Mautner, Evando Nascimento, DJ Dolores e Paquito.
Visitação: terça a domingo, das 9h às 18h30. Até 28/04.
(wemerson Santos/Especial para brpress)
Museu Nacional do Conjunto Cultural da República – Setor Cultural Sul, Lote 02, Esplanada dos Ministérios