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Bateria desfila no Carnaval de Notting Hill 2017Bateria desfila no Carnaval de Notting Hill 2017

Carnaval de Notting Hill contra racismo

(Londres, brpress) - Organizadores acusam polícia de racista e fazem homenagem aos mortos sob custódia e no incêndio da Grenfell Tower, no roteiro dos desfiles.

(Londres, brpress) – O maior carnaval de rua da Europa acontece em Londres, neste domingo e segunda-feira (28/08, feriado bancário no Reino Unido) sob policiamento ostensivo por mais de 6 mil oficiais, depois do atentados na capital britânica em junho e de Barcelona, este mês. É o Carnaval de Notting Hill, bairro eternizado pelo filme  Um Lugar Chamado Notting Hill (Notting Hill, 1999), com Julia Roberts e Hugh Grant. 

Milhares de pessoas se concentram nas ruas do famoso e turístico bairro no oeste de Londres, e outras milhares saem às ruas fantasiadas em outros bairros, como Kensal Green, de maioria negra. O carnaval de Londres  é justamente uma celebração da cultura dos imigrantes negros das ex-colônias britânicas, como Jamaica e Nigéria, mas países caribenhos e latinos, como o Brasil, também marcam forte presença.

Comunidade negra x polícia

Este ano, o Carnaval de Notting Hill acontece sob uma polêmica de que há uma “guerra da polícia de Londres contra a comunidade negra”, segundo organizadores da festa. Há ainda o medo de atentados e o luto pelos mais de 80 mortos na Grenfell Tower, o prédio de 24 andares com  apartamentos populares (state housing, ou moradias subsidiadas pelo Estado a famílias de baixa renda), que pegou fogo em 14/06/17.  

O esqueleto chamuscado da Grenfell está no roteiro dos desfiles e os organizadores prometem minutos de silêncio e pedem aos carnavalescos que respeitem a área. Apesar de erguido numa área nobre, o Grenfell era habitado majoritariamente por famílias negras de baixa renda. Diante da tragédia, os organizadores até cogitaram cancelar o carnaval, que acontece há 51 anos, não sem menos controvérsia que desta vez. 

Colorido

A polícia metropolitana de Londres, a Met, fez cerca de 650 batidas antes da festa, procurando e achando drogas e armas, além de efetuar prisões, nos arredores da vizinhança em Notting Hill – onde a imigração jamaicana predomina e onde há um clima mais evidente e mais tolerante ao consumo de drogas e bebidas nas ruas (ambos ilegais). É um bairro colorido, com lojas étnicas, brechós, antiquários e muitos artistas. 

“Por que a polícia não fez uma batida preventiva nos arredores de Glastonbury? ”, questionou o rapper Stormzy nas redes sociais, referindo-se ao festival de música frequentado majoritariamente por jovens de classe média alta, onde obviamente há amplo consumo de drogas. “Ou seria porque só eventos da comunidade negra são alvo deste tipo de conduta?”, provocou. 

Necessidade de festa

ideia do Carnaval deste ano é levantar o moral das comunidade afetadas seja pelo fogo, seja pelas mortes em custódia da polícia. Para Weyman Bennett, da ONG Stand Up Against Racism, “precisamos do Carnaval mais do que nunca”. Apesar de lotado de gente de todas as raças, entre londrinos e turistas, não houve nenhum tumulto, somente cerca de 100 prisões por porte de drogas, facas, armas de fogo, assédio sexual e policial. O clima em geral é tranquilo. 

O Carnaval também homenageia o português Edson da Costa, 25, morto após ter engolido papelotes contendo substância ainda não comprovada, durante prisão coercitiva com uso de violência devido a resistência num aparente flagrante da Met, em junho. O mesmo aconteceu com Rashan Charles, 20,  que também será lembrado (ficou comprovado que ele engoliu papelotes contendo uma mistura de paracetamol e cafeína). 

Durante o Carnaval de Notting Hill, um policial pareceu se divertir muito. Veja no vídeo publicado pelo Guardian:  

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