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Andrea Lavezzaro vai à Bahia em busca de imagens dos orixás. Foto: DivulgaçãoAndrea Lavezzaro vai à Bahia em busca de imagens dos orixás. Foto: Divulgação

Lavezzaro desnuda os orixás

São Paulo/Berlim, brpress) - Andrea Lavezzaro é única brasileira a clicar mulheres nuas para o site SuicideGirls.com; agora, ela captura religiões afro-brasileiras. Por Juliana Resende.

(São Paulo/Berlim, brpress) – Ela é mais conhecida pelas peladas. Não, Andrea Lavezzaro não é craque de futebol feminino de várzea. A moça é fotógrafa e a única brasileira a clicar outras mulheres nuas para o site SuicideGirls.com, especializado no assunto.  Agora, ela pretende clicar assuntos da alma, por meio das manifestações espirituais afro-brasileiras, especialmente na Bahia.

    Radicada em Berlim desde 2007, Andrea clica peladas desde 2005. São meninas fora do padrão “Playboy” de beleza mas que tenham algo a mais. Tiram a roupa para suas lentes em busca de cumplicidade, aceitação e, claro, admiração. Esse trabalho deu a Andrea um bocado de mídia e foi reunido no livro, ‘O’., lancado há um ano Mas agora, aos 31 anos, sente que quer ir além do nu – ela quer despir a alma das pessoas. E não só mulheres. “Os homens serão bem-vindos”, anuncia.

Pais de santo

    O tema de seu novo trabalho, a ser transformado num segundo livro, será candomblé, umbanda e São Cipriano.”Sempre gostei de coisas religiosas pois meus pais fabricavam imagens de santos católicos – acho esteticamente muito bonitos”, conta a fotógrafa, que, além de mulheres, clica também alguns grupos de rap e música eletrônica. “Música é mais divertido que os nus”, que, compara, “por mais que sejamos criativos a variação é sobre o mesmo tema”.

Sincretismo

    Andrea, que chega em Salvador em fevereiro, está estudando sincretismo e já clicou algumas imagens materializando “feitiços de São Cipriano”, que ela também considera “muito divertidos”. Já foram feitas imagens de feitiços bizarros como para conquistar um homem – “pegar folhas e colocar na boca” e “escrever palavras em latim em três maçãs” – e abençoar a casa onde você mora, “com uma chave benta no peito”. São imagens inspiradas no Livro Negro de São Cipriano.

    No entanto, ela está sofrendo com a falta de bibliografia (em português e inglês) sobre sincretismo. “Estou inclusive procurando pesquisadores e pessoas que tenham amplo conhecimento sobre candomblé e umbanda para me ajudar na criação de ensaios”, anuncia a fotógrafa, que está aberta a qualquer colaboração com o projeto, seja com o fornecimento de informações seja com o fornecimenro do corpo, como modelos.

    Andrea, para quem nudez não é tabu, e que já se autofografou em preto e branco, diz que, no novo trabalho “se tiver de ter um corpo nu que tenha um motivo não necessariamente sexual”. Mas como seria a presentação de uma pomba-gira, por exemplo?  “As fotos não são documentais, mas interpretações dos rituais, de orixás, santos e outras divindades, tudo misturado, mas bem estudado”.

Pra gringo ver?

    Paulistana, Andrea acredita que é mesmo em território baiano que vai encontrar o que está buscando. “Quero mostrar mais essa parte do Brasil que boa parte do Brasil, quiçá do mundo, desconhece”, diz, acrescentando que, por mais que as religiões afro-brasileiras possam soar como clichê na Bahia, aqui (no Sudeste e na Europa) ainda são um bicho-de-sete-cabeças”.

    O trabalho fotográfico será registrado em um filme documentário. O novo livro também será produção independente, ou “self-published” como prefere Andrea, que vai usar o site de crowdfunding Kickstarter para ajudar nos custos da impressão. “Farei também algumas cópias com um encadernamento manual de couro, teremos edições em capa dura e também cartões-postais, como fiz com o livro passado”, contabiliza.

(Juliana Resende/brpress)

Saiba mais sobre o trabalho de Andrea Lavezzaro nas redes sociais: www.instagram.com/Lavezzaro e www.facebook.com/LavezzaroPhotography

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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