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A São Silvestre nossa

(São Paulo, brpress) - TV transmite a prova, mas quando muito registra a premiação e nem se importa com os anônimos – verdadeiramente os grandes responsáveis pela festa. Por Márcio Bernardes.

Márcio Bernardes*/Especial para brpress

(São Paulo, brpress) – Pela primeira vez nos últimos 17 anos, não participarei da São Silvestre. Cirurgia na próstata e um grave problema na coluna cervical me fizeram ficar quase seis meses sem correr.

A São Silvestre tem um percurso razoável em termos de distância. Mas seu trajeto é muito difícil, o que obriga a todos os participantes enfrentarem momentos de intenso sofrimento, por mais bem preparado que se esteja.

O trecho da avenida Brigadeiro Luiz Antonio ficou famoso como a parte que exige o maior esforço. Mas as pequenas subidas do Minhocão, dos pontilhões das Avenidas Pacaembu e Rudge, além da saída do Largo do Paiçandu até o Viaduto do Chá, exigem também um esforço especial.

A cada ano, os organizadores conseguem abrir mais vagas para os interessados, que começam a fazer suas inscrições entre agosto e setembro.

Verdadeiros astros

Sempre disse que a badalação fica por conta dos vencedores, de preferência se forem brasileiros. Os outros milhares de corredores não recebem a atenção da mídia como merecem.

A televisão transmite a prova, quando muito registra a premiação e nem se importa com os anônimos, verdadeiramente os grandes responsáveis pela festa. Essa gente vem de todo Brasil. E ao lado do grande público que acompanha em todo o trajeto a performance dos que levam a sério e os gozadores, que com fantasias e outros adereços procuram registrar a sua participação.

Legal na São Silvestre é que milhares de pessoas interagem com os corredores e dão um colorido especial ao evento. Melhor ainda é constatar ricos e pobres, altos e baixos, homens e mulheres, gente do campo e da cidade, todos irmanados pelo esporte.

Gosto mais do treino do que da prova.

Claro que todo corredor fica orgulhoso de participar da São Silvestre. Mas eu gosto mais dos treinos do que da prova em si.

Em todos os domingos de dezembro milhares de paulistanos vão logo cedinho para as escadarias da Fundação Cásper Líbero. Dali, partem caminhando até o Masp, onde acontece a largada oficial.

Com o Minhocão fechado para carros, o trajeto do treino é cumprido na íntegra. A temperatura está amena, bem diferente do calor infernal do horário oficial da prova. Ao longo dos 15 quilômetros é possível cruzar com os mais diferentes tipos, desde quem está pegando um ônibus de excursão defronte ao cemitério da Consolação, como as mocinhas de vida fácil nas boates do centro.

O treino da São Silvestre é outra São Silvestre.

(*) Márcio Bernardes é âncora da Rede Transamérica de Rádio, professor universitário e colunista da brpress. Fale com ele pelo e-mail [email protected] ou pelo Blog do Leitor.

Márcio Bernardes

Comentarista veterano de esportes, com diversas Copas e Olimpíadas no currículo, Márcio Bernardes é âncora da Rede Transamérica de Rádio e sua coluna foi licenciada pela brpress ao Yahoo Brasil.

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