Felipão, não!
(São Paulo, brpress) - Ele nunca foi o técnico dos sonhos de quem entende de futebol. Melhor Muricy, Luxemburgo ou Tite. Mais: Vettel e Guarani. Por Márcio Bernardes.
Márcio Bernardes*/Especial para brpress
(São Paulo, brpress) – A queda de Mano Menezes foi decidida naquela tarde acalorada em Londres, após o fracasso brasileiro na final do futebol olímpico. Os dirigentes, especialmente Marco Polo Del Nero, que é a eminência parda da cartolagem, perderam a paciência com o treinador.
Como o Brasil andou goleando os últimos adversários, mesmo considerando a fragilidade de todos eles e a imprensa gostou do time escalado, com Kaká compondo o meio de campo, imaginou-se que Mano seria mantido até pelo menos a Copa das Confederações.
Não teve jeito – puxaram o tapete do Mano e as portas se abriram para outro treinador. Fala-se muito em Luiz Felipe Scolari, mas ele tem uma significativa rejeição por parte de jornalistas e torcedores.
Felipão nunca foi o técnico dos sonhos de quem entende de futebol. Ele deu muita sorte ao dirigir o time de 2002, composto por um grupo de craques indiscutíveis. Começamos com Marcos, os dois ótimos laterais, Cafú e Roberto Carlos e três estupendos zagueiros: Edmilson, Lúcio e Roque Junior.
Tudo isso sem contar Rivaldo, Ronaldo e Ronaldinho Gaúcho. Quem ganhou a Copa foram os jogadores e a arbitragem que nos ajudou muito. Quem se lembra do primeiro jogo contra a Turquia e a partida contra a Bélgica?
Aquela Seleção não tinha tática nenhuma. Não se viu o dedo do técnico no time, que só venceu pelo talento individual dos jogadores.
Depois disso, Scolari fracassou no Chelsea, no Uzbequistão e perdeu com Portugal a final da Euro para a Grécia, jogando em casa. E, mais recentemente, foi um dos grandes responsáveis pelo rebaixamento do Palmeiras para a Série B.
“Família Scolari”
Qual a tática vista até hoje em qualquer time dirigido por Felipão? Sua maior qualidade, segundo seus defensores, é a capacidade de agregar o grupo, formando a tal “família Scolari”.
Quando venceu torneios e campeonatos, como a Copa do Brasil deste ano, montou times retranqueiros, arriscando apenas os contra-ataques.
Um conselheiro do Palmeiras, que acompanhou de perto as duas passagens do treinador pelo Palestra Itália, disse que torcer pela equipe de Felipão é tornar-se viciado em calmantes e ansiolíticos, tantos os sufocos que o time dirigido por ele passa.
Muricy, Luxemburgo e Tite
Chegou a hora de Muricy. O treinador deixou o cavalo passar arreado em agosto de 2010, ficando no Fluminense e honrando seu contrato, preterindo assim o convite de Ricardo Teixeira.
Se não for Muricy, outro que deveria estar na pole position é Vanderlei Luxemburgo, que saiu da Seleção em 2000 por causa dos seus rolos pessoais. Ninguém discute a sua capacidade. E parece que ele criou juízo, resolvendo ser apenas técnico, no que, aliás, ele é ótimo.
Quem corre por fora é Tite. Se ele for campeão mundial no Japão, sua força crescerá e será quase impossível não convidá-lo.
Com qualquer um desses três a Seleção estará bem entregue. Mas Felipão, não!
BAMBAMBÃ
O homem a ser abatido
Aos 25 anos de idade, Sebastian Vettel faz história na F-1. Tri-campeão seguido, com um estilo de pilotar que enche os olhos. Tudo bem que vão falar que ele tem o melhor carro, etc. Mas de nada adiantaria ter um ótimo equipamento como o da RBR, se não fosse muito competente.
Em 2012, reagiu no Mundial e derrotou o monstro Fernando Alonso. Pois é… Parece que o tri do alemão é só o começo.
Pelo visto, Vettel ainda vai conquistar muitos mundiais…
BUMBUMBUM
Série C: realidade bugrina
E o Bugre caiu para a terceirona. Triste realidade para um clube acostumado com grandes conquistas. Mas, como pode? O Guarani tinha uma verdadeira mina de ouro que era a base…
A resposta: a queda ocorreu por causa da incompetência dos dirigentes, que não valorizam a molecada e deixam o clube nas mãos de empresários, que só querem saber de suas gordas comissões.
Por isso, a base não funciona mais. Será que é tão difícil imaginar que, valorizando os garotos (como faziam nos anos 70 e 80), o Bugre pode voltar a ser grande??? Parece que os cartolas, que de futebol não entendem nada, estão acabando com um dos clubes mais tradicionais do nosso país.
Uma pena. E boa sorte ao Guarani, em 2013.
(*) Comentarista de esportes, com diversas Copas e dez Olimpíadas no currículo, Márcio Bernardes é âncora da Rede Transamérica de Rádio, professor universitário e colunista da brpress. Fale com ele pelo email [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou Facebook.