Mais audácia, Brasil!
(Johanesburgo, brpress) - O Chile estará desfalcado de três titulares: Ponce, Estrada e Medel. É aí que o Brasil pode ser o verdadeiro Brasil. Por Márcio Bernardes.
Márcio Bernardes*/Especial para brpress
(Johanesburgo, brpress) – A seleção brasileira pode ousar um pouco mais. Contra a Coréia do Norte, encontrou um esquema fechado e foi difícil a vitória. Contra a Costa do Marfim, o triunfo foi merecido e empolgante. Já na última partida contra Portugal, o esquema tático de Dunga enervou.
Todos sabem que a esquematização de Marcelo Bielsa é jogar no ataque. É da índole do treinador e dos seus jogadores. Eles não têm cacoete para um esquema retrancado. E o Chile estará desfalcado de três titulares: Ponce, Estrada e Medel. É aí que o Brasil pode ser o verdadeiro Brasil.
Kaká recuaria menos e teria mais liberdade para jogar com Luiz Fabiano e Robinho. Os atacantes deveriam recuar o suficiente para não ficar em impedimento, quando o Brasil começar uma jogada de contra-ataque.
Os laterais teriam mais liberdade com a devida proteção dos volantes Gilberto Silva e Josué, que acho que vai começar jogando, apesar de Dunga não ter confirmado.
Não se admite outro resultado senão uma vitória. Então, que ela venha com categoria. Porque precisamos reconquistar a simpatia e admiração que o mundo sempre teve do futebol brasileiro.
Apesar dos números serem positivos na era Dunga, querer um pouquinho mais não é nenhum pecado.
BASTIDORES
Nas mãos do juiz
Somente o árbitro Howard Webb vai decidir se Julio César jogará hoje contra o Chile, usando o colete com as barbatanas de metal que causou tanta polêmica após o jogo contra Portugal.
O goleiro está magoado com alguns repórteres que divulgaram seu depoimento após a partida de Durban. O que ele queria?
Segurança
Impressionante o esquema de segurança em Rustemburgo. O jogo entre Alemanha e Inglaterra foi o que mereceu a maior atenção das autoridades, depois de Inglaterra e Estados Unidos.
Como dissemos ontem, já é possível sentir uma sensação de mais segurança. Mas é melhor não relaxar.
Morumbi 2
Cruzei com Jerome Valke aqui em Johanesburgo. Perguntei-lhe sobre o Morumbi na Copa de 2014. Polido, sorridente e sem perder a simpatia, o secretário-geral da Fifa garantiu-me que ainda dará uma entrevista coletiva para explicar detalhadamente o assunto. Segundo ele, a hora não é agora.
Gentleman
Foi emocionante a entrevista coletiva de Oscar Tabarez. Sensível, feliz e educado, o treinador uruguaio não escondia que a vitória sobre a Coréia do Sul e a chegada às quartas de final farão muito bem para o futebol local. O país precisa mesmo voltar a ser uma potência mundial no esporte.
Clinton
Bill Clinton estave prestigiando a seleção do seu país aqui na África. Lembro-me que em 94, então presidente norte-americano, estava tudo certo para ele assistir a final entre Brasil e Itália. Um compromisso inesperado impediu-o de ir à Los Angeles. Al Gore, o vice, o representou.
Zebra
A vitória de Gana sobre os Estados Unidos no tempo normal surpreendeu a mim e praticamente a todo mundo. Todos os prognósticos indicavam que a equipe americana venceria o duelo de oitavas de final com facilidade. Não foi isso o que aconteceu e a frustração conotou a primeira zebra desta fase.
TOQUE FINAL
Imglaterra X Alemanha
Unanimemente se dizia que entre os jogos de oitavas de final desta Copa do Mundo, Alemanha e Inglaterra seria o mais emocionante e equilibrado. A tradição e bons jogadores germânicos e ingleses referendavam tudo o que se previa: um lindo jogo.
E vamos considerar: pelo menos no primeiro tempo houve um equilíbrio na disputa e o placar também deveria ser igual.
O auxiliar Mauricio Espinosa, do Uruguai, precisa visitar seu oftalmologista com urgência. Depois procurar uma boa ótica em Montevidéu. Ele não validou um gol claro e legal de Lampard, aos 38 minutos.
O jogo estava dois a um para Alemanha e, assim, as equipes voltariam com igual placar para o segundo tempo. Apesar desse deslize a Alemanha trucidou o adversário em 25 minutos. Marcou dois gols nos contra-ataques e acabou com a Inglaterra.
Jogadores badalados e milionários em seus clubes, os ingleses voltam pra casa com uma campanha considerada ridícula. Dois empates e uma vitória na fase de classificação. Mais a goleada sofrida nas oitavas de final.
(*) Márcio Bernardes é âncora da Rede Transamérica de Rádio, professor universitário e colunista da brpress. Fale com ele pelo e-mail [email protected] Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. ou pelo Blog do Leitor.