Mudanças necessárias
(São Paulo, brpress) - Primeira fase Paulistão segue modorrenta, mas competição pode sobreviver – com modificações. Mais: chance a Falcão. Por Márcio Bernardes.
(São Paulo, brpress) – Desde 16 de janeiro, estamos acompanhando a primeira fase modorrenta do Paulistão. Foram 180 jogos e poucos empolgaram. A Federação Paulista dificulta a pesquisa que estamos fazendo para obter o resultado final do público médio até agora. Com certeza, os números serão espantosos e decepcionantes.
Claro que a rodada deste final de semana, com raríssimas exceções, vai empolgar e encher os estádios. E nas próximas fases, por causa dos jogos decisivos, teremos euforia e entusiasmo. Mas, ainda assim, a média geral será muito baixa.
Estamos falando do maior campeonato regional do país. E, diferente de alguns defensores do apocalipse, ainda acreditamos na continuidade da competição. Mas com algumas modificações.
O número de clubes da Série A tem de ser reduzido para 14, no máximo. E a FPF tem obrigação de criar um calendário anual para as equipes do interior. E dividi-las em Séries, com acesso e rebaixamento.
Será difícil uma mudança no Conselho Arbitral. Mas se for apresentada uma programação racional e atraente, com certeza, a maioria concordará. Porque será uma questão de sobrevivência. De todos!
Se criarem várias Séries e um projeto para o ano inteiro haverá motivação para todos. Grandes e pequenos.
Bem-vindo
A chegada de Paulo Roberto Falcão ao Beira Rio deve ser saudada por várias razões. A principal delas é que estamos precisando de uma renovação nos bancos de reservas.
É verdade que Falcão já passou da hora para recomeçar a carreira iniciada na seleção brasileira prematuramente em 1990. Também é verdade que, como treinador, o excepcional jogador não foi feliz nem na seleção, no Japão e no México, onde também trabalhou.
Claro que será necessária uma readaptação. Foram muitos anos atuando como estilingue num canhão como a TV Globo. Agora, ele se transforma em vidraça. E pode ser visto por alguns setores com alguma desconfiança.
Falcão é muito inteligente e criativo. E saberá superar as adversidades. Não é possível alguém jogar tanta bola e ser apontado como Rei de Roma e não dar certo como treinador.
A geração de jogadores anterior a Falcão está chegando perto da aposentadoria. Mais alguns anos e Luxemburgo, Muricy, Autuori, Abel, entre outros, com os bolsos cheios de dinheiro, vão parar. O desgaste da profissão é incalculável.
Por todas as suas qualidades, Paulo Roberto Falcão só pode acrescentar e trazer vantagens para o futebol brasileiro.
Vamos torcer por ele.
(*) Márcio Bernardes é âncora da Rede Transamérica de Rádio, professor universitário e colunista da brpress. Fale com ele pelo e-mail [email protected] ou pelo Twitter @brpress.