Redenção
(São Paulo, brpress) - Ninguém admitia que o basquete brasileiro ficasse fora de Sidney, Atenas e Pequim. Mais: Atenção, juizada! Por Márcio Bernardes.
Márcio Bernardes*/Especial para brpress
(São Paulo, brpress) – Parece que foi um longo sonho. Também poderia ser um pesadelo. Mas ninguém admitia que o basquete brasileiro ficasse fora de Sidney, Atenas e Pequim.
Estamos falando de uma velha e vitoriosa tradição. Para os mais jovens e menos atentos, aquela camiseta verde-amarela, sem mangas, ganhou dois títulos mundiais, em 59 e 63. E sempre mereceu respeito de escolas tradicionais do esporte.
Quem gosta de basquete, que até o final da década de 90 era o segundo esporte mais popular do país, não entendia os desatinos administrativos da cartolagem e a falta de uma correta política de revelação de talentos.
No ano passado a CBB quebrou qualquer tipo de resistência e trouxe um argentino para dirigir a nossa seleção masculina. Rubén Magnano, medalha de ouro em Atenas com a seleção de seu país, em pouco tempo, cumpriu a primeira parte de sua missão, com competência e categoria.
Deve-se levar em consideração que dois dos medalhões brasileiros que atuam há muito tempo na NBA, Leandrinho e Nenê, se recusaram a disputar o Pré-Olímpico. Sabe lá Deus a razão, mas todo mundo fala em mau-caratismo.
Outro desfalque foi Anderson Varejão, que se apresentou, antes da competição, machucado. Uma séria lesão no tornozelo pode deixá-lo fora, inclusive, do Pan.
Especialistas afirmam que esse grupo, que conseguiu a vaga para o Brasil jogar a Olimpíada de Londres não tem jogadores técnicos e categorizados. Mas sobra disposição, espírito de equipe, valentia e obstinação. E bom-caratismo!
Foram jogos memoráveis e vitórias inesquecíveis. O Brasil sempre teve bons alas e pivôs. Teve também armadores da maior categoria. Mas nunca soube jogar se defendendo. Nunca se preparou um time para ter competência na defesa. Desta vez, a história foi diferente. Méritos para Magnano e o grupo que assimilou a tática.
O pesadelo se tornou um sonho, que virou realidade. Realidade de poder estar entre os melhores numa Olimpíada. Vaga perdida por um tempo e agora restabelecida.Viva o basquete brasileiro!
Atenção, juizada!
O Santos tem um levantamento que confirma o quanto apanha o atacante Neymar. São 34 faltas sofridas durante cada jogo deste Brasileiro, muitas delas sequer marcadas pelos árbitros.
Várias dessas faltas são desleais e passíveis de severas punições. Não é isso o que se tem visto, habitualmente. Exceção para Francisco Carlos do Nascimento, de Alagoas. Ele expulsou corretamente Léo e Fabrício, do Cruzeiro, que apelaram feio com Neymar.
Não é um bom árbitro tecnicamente. Mas na disciplina foi bambambã.
Que sirva o exemplo!
(*) Comentarista veterano de esportes, com diversas Copas e quatro Olimpíadas no currículo, Márcio Bernardes é âncora da Rede Transamérica de Rádio, professor universitário e colunista da brpress. Fale com ele pelo e-mail [email protected], pelo Twitter @brpress e/ou Facebook.