Três vezes Neymar
(São Paulo, brpress) - Até o torcedor mais fanático de outro time o aplaude com suas jogadas de gênio e craque. Mais: Messi e Londres asséptica? Por Márcio Bernardes.
Márcio Bernardes*/Especial para brpress
(São Paulo, brpress) – Quando terminou o jogo de quarta-feira (07/03), na Vila Belmiro, os jogadores do Internacional fizeram fila para cumprimentar o astro santista. Primeiro foi Oscar, depois Rodrigo, na sequência Índio e assim por diante.
O gesto de fidalguia e educação refletiu o reconhecimento dos adversários pela espetacular atuação do menino que encanta cada vez mais. Seus dois lindos gols, muito parecidos, dão razão para Muricy Ramalho. O técnico santista disse que, dentro de pouco tempo, Neymar fará a sua própria fama chegar próxima à de Pelé.
Não há quem não vibre com Neymar. Até o torcedor mais fanático de outro time o aplaude com suas jogadas de gênio e craque.
Cinco vezes Messi
Ninguém em Barcelona poderia imaginar que aquele menino de sete anos, que chegou ao Camp Nou para treinar e se tratar de nanismo, se transformaria no maior craque do futebol mundial, neste começo da década de 2010.
Há algum tempo, cheguei a encontrar brasileiros, certamente pelo revanchismo contra os argentinos, dizendo que Messi não passaria disso ou daquilo. Hoje todos são unânimes em afirmar que ele é craque na verdadeira acepção da palavra.
Se alguém tivesse dúvida – repare que coloquei o verbo no passado –, com certeza, mudou de ideia depois da atuação e dos cinco gols do argentino contra o Bayer Leverkusen.
Hoje, é impossível encontrar alguém, mesmo algum brasileiro ranheta com o futebol argentino, que não concorde que Messi é mesmo o maior do mundo.
Politicamente incorreto
A triatleta inglesa Hollie Avil liderou a corrente daqueles que não concordam com a medida draconiana da Associação Olímpica Britânica, que pediu para seus atletas evitar cumprimentar as pessoas com apertos de mãos.
É verdade que o gesto, simples e gentil, pode transmitir alguma virose, o que atrapalharia a saúde e preparação daqueles que vão disputar medalhas nas Olimpíadas de Londres.
Certíssimo também está o remador inglês Zac Purchase, ouro em Pequim/08, que disse ser inútil o conselho, a menos que se ande com um desinfetante em todos os lugares.
Se especialistas concordam que, em tese, o Comitê Olímpico poderia ter razão, também todos afirmam que, numa Olimpíada, a disputa é importante – mas a confraternização maior ainda. Por isso, não há razão de alguém não cumprimentar outrem.
“O importante não é vencer, mas competir. E com dignidade.” Esse era o lema do educador francês Pierre de Frédy, mais conhecido como Barão de Coubertin. A frase, entretanto, não é de sua autoria: teria sido pronunciada pelo bispo de Londres, em um ato religioso antes dos Jogos de 1908.
O Barão de Coubertin – e o tal bispo – devem estar dando pirueta no túmulo com essas ideias de jerico.
(*) Comentarista veterano de esportes, com diversas Copas e quatro Olimpíadas no currículo, Márcio Bernardes é âncora da Rede Transamérica de Rádio, professor universitário e colunista da BR Press. Fale com ele pelo email [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou Facebook.