Vitória com gosto de tamarindo
(São Paulo, brpress) - O que adianta ficar 70% com o poder da bola e não criar condições de finalizações? Mais: baixíssimas rendas do Paulistão. Por Márcio Bernardes.
Márcio Bernardes*/Especial para brpress
(São Paulo, brpress) – Quem está errado, Mano Menezes ou o mundo? Essa dúvida ficou clara depois do amistoso do Brasil contra a Bósnia, que, por sinal, jogou muito melhor do que a gente. O adversário foi mais objetivo, criou mais chances, esteve empolgante. Para eles, portanto, o resultado foi injusto.
Essa história de domínio de bola sem encantar, na prática, é balela. O que adianta ficar 70% com o poder da bola e não criar condições de finalizações?
Ronaldinho Gaúcho não dá mais! Se o projeto do técnico é levá-lo até a Olimpíada, está provado que não convence. Se a pretensão é chegar à Copa de 2014, os dois vão cair antes disso. A mesma coisa acontece com Julio Cesar. Desde aquele frangaço contra a Holanda ele não joga mais nada. Nem na Inter, nem na seleção.
Kaká, Robinho e Ganso
Se futebol é momento, pergunta-se ao treinador por que ele não convocou Kaká e Robinho, que estão jogando muito em seus clubes. E por que não escalou desde o início Ganso, que voltou a mostrar no Santos o seu grande futebol?
Desafio qualquer torcedor a perguntar para um amigo se ele confia na seleção brasileira. Qualquer um! Do jeito que estamos, a previsão é de vexame em Londres e em 2014 no Brasil.
Todos sabem que o tempo é curto para treinamentos da seleção. Por que então não se escala uma base com jogadores que atuam no mesmo time – o Santos, por exemplo?
A mentalidade está errada. Ou se corrige a rota do navio ou a seleção pentacampeã do mundo pode ficar à deriva, como o Costa Concordia.
Para 2014 a sugestão que se faz é muita reza. Para todos os santos. De todas as origens. Afinal, até há quem goste de tamarindo. Mas cá entre nós, é muito azedo.
Fingindo de bobo
Marco Polo del Nero não está nem aí com as baixíssimas rendas do Paulistão. Segundo sua confidência a um amigo, enquanto a Globo estiver pagando e os clubes do interior topando, não será alterada a fórmula atual. Muito menos reduzido o número de clubes.
Para o presidente da FPF é demasiadamente conveniente a situação atual. Ele está faturando, ganhando o seu, os cartolas que o mantém no cargo também tiram a sua lasquinha e assim a gente vai levando.
A mídia e o torcedor que se explodam. Até o dia que matarem a galinha dos ovos de ouro.
Tenho dito e repetido que o Paulistão deve ser mantido, mas a sua regra mudada. Não é possível usar 23 datas, marcar jogos nas sextas e sábados de Carnaval e quarta-feira de Cinzas. Os estádios do interior, nos jogos entre pequenos, cada vez mais vazios e não se tomar uma providência.
Se queremos e torcemos pela manutenção do Paulistão no calendário, sonhamos e exigimos uma competição atraente, rentável e emocionante.
É isso o que está acontecendo?
(*) Comentarista veterano de esportes, com diversas Copas e quatro Olimpíadas no currículo, Márcio Bernardes é âncora da Rede Transamérica de Rádio, professor universitário e colunista da BR Press. Fale com ele pelo email [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou Facebook.