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Malala Yousafzai: menina afegã foi quase morta pelo Talebã por estudar. Foto: ynaija.comMalala Yousafzai: menina afegã foi quase morta pelo Talebã por estudar. Foto: ynaija.com

Malala, para inspirar e ler

(Londres/São Paulo, brpress) - Garota afegã quase morta pelo Talebã por ir à escola fala da vida na Inglaterra e tem livro lançado no Brasil. Por Marina Neves.

(Londres/São Paulo, brpress) – Parece mais um episódio do tocante documentário Girl Rising (2013)  – sobre a luta de meninas de diversas partes do mundo (do terceiro, evidentemente) pelo direito à educação. Trechos do filme, patrocinado pela Intel, foram exibidos pelo  grupo de estudos Genera (Núcleo da FEA/USP de Pesquisa em Gênero e Raça). Bem que a adolescente paquistanesa Malala Yousafzai, conhecida mundialmente depois de ter sido atacada pelos talibãs, em 2012, por defender o direito das meninas de ir  à escola, poderia estar nele. Ela é a candidata  mais jovem da história a concorrer ao prêmio Nobel da Paz, cujo vencedor da edição 2013 será anuciado nesta sexta (11/10).

    Seu caso é embelmático do longo caminho que o mundo ainda tem de percorrer para garantir tratamento – e oportunidades – iguais a meninas e meninos. Malala – cujo livro Eu Sou Malala chega ao Brasil neste mês de outubro pela Cia das Letras (344 págs., R$ 34,50 e R$ 24,00, o e-book). –  foi entrevistada em 07/10, na rádio 4 da rede britânica BBC. Logo, em seguida, à noite,o canal de TV BBC One exibiu uma reportagem especial sobre a vida de Malala antes de ser atacada pelo regime Talibã. Ambos os programa foram muito comentados.

    Durante a entrevista, a garota de 16 anos contra-atacou o regime talibã e defendeu que a melhor forma de combater o terrorismo é dar prioridade à educação. “Não sei por que o mundo se divide em leste e oeste. Educação deveria ser um direito igual nos dois lados”, disse ela. Malala afirmou rstar gostando de estudar no Reino Unido, mas ainda tem esperança de voltar ao seu país de origem. “Não estou me ocidentalizando. Ainda sigo as regras da minha cultura”, disse Malala, acrescentando que ficou bastante surpresa com a liberdade das meninas na escola onde estuda em Birmingham, na Inglaterra.

Liberdade

         Sobre a vida nova em terras inglesas, ela disse à rádio que está sendo difícil se adaptar à cultura ocidental já que “nunca viu mulher ter tanta liberdade”. “No meu país, mulheres sempre saem acompanhadas por um homem, diferentemente do que acontece em Birmingham”, disse. Apesar do clima às vezes violento de cidade grande, em nada a faz lembrar do Vale de Swat, onde Malala foi atingida na cabeça por um tiro à queima-roupa dentro do ônibus no qual voltava da escola.

    Poucos acreditaram que ela sobreviveria. Mas a recuperação milagrosa de Malala a levou em uma viagem extraordinária de um vale remoto no norte do Paquistão para as salas das Nações Unidas em Nova York. O livro acompanha a infância da garota no Paquistão, os primeiros anos de vida escolar, as asperezas da vida numa região marcada pela desigualdade social, as belezas do deserto e as trevas da vida sob o Talibã.
Escrito em parceria com a jornalista britânica Christina Lamb, este livro é uma janela para a singularidade poderosa de uma menina cheia de brio e talento, mas também para um universo religioso e cultural cheio de interdições e particularidades, muitas vezes incompreendido pelo Ocidente.

Trecho do livro Eu Sou Malala:

      No meu décimo-sexto aniversário eu estava em Nova York para falar nas Nações Unidas. Ficar de pé ali e me dirigir a uma audiência naquele enorme salão onde tantos líderes mundiais já falaram antes foi assustador, mas eu sabia o que queria dizer. “Esta é a sua chance, Malala”, eu disse a mim mesma. Havia apenas 400 pessoas sentadas ao meu redor, mas quando olhei, imaginei muitos milhões. Não escrevi o discurso tendo na cabeça só os delegados da ONU; escrevi para cada pessoa no mundo todo que pudesse fazer alguma diferença. Queria alcançar todas as pessoas vivendo na miséria, aquelas crianças forçadas a trabalhar e aquelas que sofrem com o terrorismo e falta de educação. No fundo do meu coração eu esperava alcançar toda criança que pudesse ganhar coragem com as minhas palavras e se levantar pelos seus direitos.

Assista aon trailer de Girl Rising:

(Marina Neves/Especial para brpress; colaborou Juliana Resende/brpress)

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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