O grande retorno de Kirsten Dunst

(brpress) - Mais lembrada por Entrevista com o Vampiro e Homem-Aranha, atriz agora é musa de Lars von Trier, em Melancolia. Por Vanessa Wohnrath.

(brpress) – Por muito tempo, Kirsten Dunst, 29 anos, era lembrada por ter beijado Brad Pitt em Entrevista com o Vampiro (Interview with the Vampire, 1994). O papel dela no filme é de Claudia, uma menina transformada em vampira por Louis (Pitt). Na época das filmagens, Dunst tinha 11 anos e a cena foi muito comentada. O que ninguém imaginava é que a espevitada garota um dia ganharia o prêmio de Melhor Atriz em Cannes, pelo papel de uma sorumbática noiva em Melancolia (Melancholia, 2011), novo filme de Lars von Trier, que estreia nesta sexta (05/08).

No entanto, Entrevista com o Vampiro já fornecia indícios de que a atriz iria longe. Foi um começo e tanto para Dunst. Pelo papel, ela conquistou uma indicação ao Globo de Ouro de atriz coadjuvante e recebeu o prêmio de melhor revelação no MTV Movie Awards.

O sucesso alcançado contracenando com Brad Pitt e Tom Cruise abriu muitas portas para Dunst, mas ela seguiu optando por personagens em produções menores, sempre vivendo garotas com sua mesma idade, mostrando sua evolução como atriz. Ela atuou em Adoráveis Mulheres (Little Women, 1994), Jumanji (1995), Mera Coincidência (Wag the Dog, 1997) e Teenagers – As Apimentadas (Bring It On, 2000).

Teia

Até que veio a chance de interpretar Mary Jane, na trilogia Homem-Aranha (2002, 2004, 2007). O público nunca mais esqueceu a geniosa loira – que, na época, estava mais para ruiva. No papel, ela foi além da namoradinha de Peter Parker, encarnando uma adolescente precoce, dividida entre o romantismo de ser a musa do super-herói e a rebeldia de ser mais ela, às voltas com a violência doméstica.

Com a diretora Sofia Coppola, a atriz trabalhou em As Virgens Suicidas (The Virgin Suicides, 1999) e Maria Antonieta (Marie Antoinette, 2006). “Kirsten tem um brilho que te dá vontade de olhar para ela”, definiu a diretora à revista Allure, em 2009.

Em colisão

Em 2008, Kirsten Dunst foi para uma clínica de reabilitação tratar uma depressão. “Estava lutando e tive a oportunidade de ir para algum lugar e cuidar de mim mesma”, comentou, em entrevista ao site E! Online. Esse tempo fez Dunst voltar ao trabalho com força, encarando o desafio de atuar sob o comando do pouco convencional diretor dinamarquês Lars von Trier, no drama Melancolia.

O filme mostra uma festa de casamento com várias saias justas familiares, enquanto um grande planeta, Melancolia, se aproxima da Terra, numa rota de possível colisão. O efeito astronômico/astrológico do gigantesco corpo celeste parece afetar a todos – em especial a noiva vivida com maestria por Kirsten Dunst.

Fim do mundo

Na produção, a atriz é Justine, uma mulher angustiada, cheia de conflitos, à espera do fim do mundo.”Para mim, Lars é o único diretor que escreve especificamente para mulheres”, disse a atriz, em coletiva de imprensa no Festival de Cannes, em maio. Foi nesta mesma coletiva que Trier se declarou simpático a Hitler e “nazista”, causando um mal-estar generalizado que ajudou a promever o filme. O diretor teve de se desculpar, mas Dunst redimiu indiretamente a infeliz declaração e má impressão, consagrando-se como Melhor Atriz.

Sobre a entrega de Dunst à personagem, Lars von Trier diz: “O que me interessou em Kirsten é que, por mais que o mundo esteja acabando, ela vai ficando mais forte”. Talvez por isso o próximo passo da atriz seja no drama On the Road, sob a batuta de Walter Salles Jr.

(Vanessa Wohnrath/Especial para brpress)

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