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Tainá Muller: coragem para encarar o desafio de Tropa de Elite 2.Divulgação/CineTotalTainá Muller: coragem para encarar o desafio de Tropa de Elite 2.Divulgação/CineTotal

Versátil Tainá Müller

(Rio de Janeiro, brpress) - Em intervalo das filmagens de Tropa de Elite 2, atriz conversa com Rod Carvalho sobre dificuldades, filmes e muito mais.

(Rio de Janeiro, brpress) – A atriz Tainá Muller, contradizendo a regra na profissão, só decidiu se dedicar totalmente à atuação depois de já possuir um diploma universitário. Entretanto, a experiência com lente e câmeras, nas atividades de VJ e modelo, ajudou. Tanto é que, em seu primeiro filme, Cão sem Dono (2007), Tainá já interpretou a protagonista.

    A bela estreia lhe rendeu alguns prêmios, como o de melhor atriz no Festival de Cinema de Cuiabá. Depois, a atriz mostrou versatilidade encarando o ritmo de trabalho bem diferente de uma novela. Atualmente, Tainá está participando da continuação de um grande sucesso do cinema nacional, Tropa de Elite 2. Foi justamente no set de filmagem que ela contou mais sobre sua trajetória e método de trabalho.
 

Quando despertou em você essa vontade de ser atriz?

Tainá Müller – Acho que eu sempre quis contar histórias, só não sabia como. Fui uma criança muito imaginativa e atraída por todas as formas de manifestações artísticas. Já na adolescência, me bateu uma coisa muito estranha, uma espécie de frustração com a vida. Eu me dei conta de que apenas uma existência não bastaria para viver tudo o que tinha vontade. Costumava falar para os mais próximos que gostaria de ter “minividas”, para poder experimentar a vida e o ser com a maior diversidade possível.  Só assim me sentiria completa. A angústia de ter que viver uma vida só, sendo apenas um “eu”, me fez querer ser atriz. Só assim eu poderia ser inúmeras.

Sua família lhe deu total apoio?

TN – Na verdade, eu decidi mesmo ser atriz depois de ter me formado em jornalismo. Então já não era uma questão dos meus pais investirem em mim. Eu já era bicho solto e independente. Meu pai já havia contribuído me dando educação, pagando aulas de balé e de piano, durante a infância. Precisei jogar muita coisa pro alto para subverter a ordem natural das coisas em casa e partir para essa loucura.

Que cursos de teatro e interpretação você já fez e qual deles foi o mais importante?

TN – Todos os cursos que fiz foram importantes para mim, inclusive o meu universitário, que nada tinha a ver com teatro. Acho que tudo que o ator compreende da vida, ele imprime na sua forma de interpretar. Sempre acho que aprendo mais “na fogueira” do que só estudando, então devo muito aos diretores, colegas e preparadores com quem já tive o privilégio de trabalhar. Mas falando de cursos, meu primeiro foi no Studio Fátima Toledo, o que achei bastante importante como um primeiro impacto. Lá, entendi que a entrega e a vivência verdadeira do momento seria um pressuposto para tudo o que viesse fazer dali para frente. Logo depois, fiz o filme Cão sem Dono e então, nos intervalos entre um projeto e outro, estudei teatro no grupo TAPA. Fiz um belo curso do método Sanford Meisner. Pirei a cabeça em oficinas de clown, frequentei aulas de vários tipos de dança e por aí vai.

Em seu primeiro longa, Cão sem Dono, você já começou fazendo uma protagonista, em uma trama que tinha cenas de nudez e sexo. Como você encarou isso? Quais foram suas dificuldades?

TN – Esse foi um trabalho tão especial para mim que já nem lembro mais das dificuldades. (risos). Acho que cenas de sexo e nudez podem acontecer no cinema, simplesmente porque sexo e nudez são coisas cotidianas da vida. Assim como empresto minha emoção, também empresto meu corpo. A única coisa que me incomoda é quando vejo que a cena é de mau gosto ou desnecessária. Aí não faço mesmo. A nudez deve estar na tela a favor da dramaturgia, e não como um artifício barato de sedução ou atitude subversiva superficial.

Logo em seguida, você foi protagonista de uma novela no SBT, Eterna Magia. Diferente do cinema onde existe o tempo de montar um personagem, além de saber a história do começo ao fim, a novela exige que você decore muitos textos em pouco tempo. E o tempo de criação é zero. Como foi essa experiência?

TN – A novela é industrial, já o cinema é artesanal. Acho que ambos têm seu valor e qualquer comparação é difícil, pois são veículos bem diferentes. Eu nunca vou esconder minha paixão absoluta por cinema, mas reconheço a importância da novela no imaginário do brasileiro, por seu incrível alcance. Pensar que é possível comunicar algo para milhões de pessoas, diariamente e ao mesmo tempo, faz com que o trabalho se torne um desafio muito interessante.

Conte um pouco mais sobre sua participação em Plastic City.

TN – Foi um trabalho muito bacana de se fazer e bastante inusitado. Eu tenho uma atração por projetos de risco, e o Plastic City foi um deles. De repente, me vi em um set onde se falava quatro línguas, contracenando com um japonês que não entendia nada do que eu dizia. E no meio desse caos todo só conseguia pensar: “Que maravilha!”. Como falei, sou atriz para contar e para viver histórias, tudo ao mesmo tempo.

Como esta sendo essa experiência de participar da continuação do blockbuster nacional Tropa de Elite? Você passou pela temida preparação de elenco da Fátima Toledo e conseguiu sair ilesa?

TN – Estou adorando fazer Tropa 2, pois acredito no projeto. Acho o método da Fátima muito corajoso e gosto disso. Talvez porque minha escolha é justamente não sair ilesa dos trabalhos que faço. O Iberê Camargo tinha uma frase ótima: “Nunca fui de tocar a vida com a ponta dos dedos”. Se o caminho não for de transformação, não me interessa. Não faço ode ao sofrimento, acho que todo mundo veio aqui para ser feliz. Mas se poupar de si mesmo pode atravancar o caminho para esse contentamento que todo mundo espera. Para mim, a felicidade tem duas vias: o auto-conhecimento ou a ignorância absoluta. Eu fico com a primeira.

(Rod Carvalho, do Cine Total/Especial para a brpress)

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