Nostalgia da modernidade

(Curitiba, brpress) - Banda Gentileza lança disco de estreia com produção requintada de Plínio Profeta, dando à música pop brasileira certa elegância que faltava. Por Jarmeson de Lima.

(Curitiba, brpress) – Sax, trompete, violino, guitarra, música caipira, tango, chorinho, Wilco, Andrew Bird e Novos Baianos. Tudo isso entra na fórmula utilizada pela Banda Gentileza, em seu disco de estreia recém-lançado de forma independente. O grupo é de Curitiba, existe há cinco anos e utilizou bem este tempo de vida para conceber da melhor maneira possível seu primeiro disco homônimo.

O grupo surgiu de maneira casual, como acontece na maioria das vezes, em corredores de universidades. Foi na UFPR que Heitor Humberto e seus amigos resolveram criar a Banda Gentileza. Na época, o grupo era um quarteto e apostava nos tradicionais arranjos do rock para fazer música para embalar festas e bares da cidade.

Big band

De forma gradual, a brasilidade foi se incorporando ao som da Banda Gentileza. “Aos poucos, pelo que ouvíamos na época, começamos a inserir alguns elementos de samba-rock e funk, algo com mais balanço”, admite Heitor, vocalista e líder do grupo. O mais interessante nesta busca por uma identidade própria foram as colaborações de novos membros. De quarteto, a banda se tornou hoje um sexteto após algumas mudanças ocasionais e que ainda traz instrumentos diferentes em sua formação.

Heitor conta que cada vez que aparecia um instrumento novo na banda, eles testavam as possibilidades que isso oferecia. “Tudo isso contribuiu para essa mistura de influências que acabou ficando o disco. Foram quase cinco anos até chegarmos a essa proposta”, explica.

“Empurrãozão”

O responsável pela coordenação musical do trabalho da Banda Gentileza foi o produtor Plínio Profeta, nome que assinou a produção de discos de Pedro Luís a Parede, Kátia B., Lucas Santtana e Tiê, entre outros nomes. “As dicas e sugestões do Plínio foram fundamentais. Por mais simples que fossem, elas deram fluência às faixas, que ficaram bem mais coesas. Ele deu um empurrãozão, tanto na estrutura das músicas quanto na qualidade de gravação e mixagem. Ficamos extremamente satisfeitos com o resultado”, comemora Heitor.

A banda optou por testar a receptividade do público a suas músicas colocando o disco inteiro para download no início deste semestre. “Antes mesmo do disco sair da fábrica, já tínhamos quase 1.500 downloads. Foi por causa desses downloads que foram publicadas algumas resenhas bacanas sobre o disco. Com isso, novas pessoas passaram a conhecer a Banda Gentileza e uma coisa foi levando a outra”, diz o vocalista.

Noltálgico

Na fórmula empregada pela Banda Gentileza a presença de instrumentos como ukelelê, cavaquinho e concertina evocam um certo ar nostálgico, mas que funcionam muito bem na hora de conquistar os ouvidos. No disco da Banda Gentileza, refrões, letras bem trabalhadas e arranjos acrescentam um novo molho à essa música pop brasileira tão saturada de poucos acordes e letras preguiçosas.

Em faixas como O Indecifrável Mistério de Jorge Tadeu e O Estopim, fica bem clara as intenções do grupo curitibano em retrabalhar estilos um tanto esquecidos, mas com tantas possibilidades a serem exploradas.

Baile Esplendor e piquenique

Não à toa, o grupo foi convidado a participar de algumas edições do Baile Esplendor, em São Paulo, tocando um repertório de gipsy-jazz, swing e samba-canção. Após um elogiado show de lançamento em São Paulo, Heitor e seu grupo vão fazer uma festa neste sábado (28/11), em sua própria cidade, para promover o disco.

Para comemorar esse momento especial, o organiza um piquenique em uma casa próxima ao Museu Oscar Niemeyer, a partir das 15h. O “piquenique de lançamento” será o primeiro evento aberto ao público realizado no local, que é um atelier de criação musical.

Ingressos: R$ 8,00.

Ouça as músicas do grupo em: http://www.myspace.com/bandagentileza