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Spider Jerusalém é o protagonista de Transmetropolitan.lawrenceyong.files.wordpressSpider Jerusalém é o protagonista de Transmetropolitan.lawrenceyong.files.wordpress

Crítica ácida às metrópoles

(brpress) – Editora Panini relança seis primeiras edições de Transmetropolitan, mix de Blade Runner com Hunter Thompson, em versão encadernada. Por Luis Vieira.

(brpress) – A editora Panini traz um belo presente este mês para fãs de quadrinhos adeptos das temáticas mais adultas da Vertigo, divisão da DC Comics. Trata-se de uma versão encadernada reunindo as seis primeiras edições de Transmetropolitan – De Volta às Ruas (148 págs; R$ 45,00), escrita pelo britânico Warren Ellis e ilustrada pelo americano Darick Robertson.

 Transmetropolitan tem como protagonista o jornalista Spider Jerusalém. Ele é um sujeito desagradável, rude, viciado em drogas e tendendo ao perigoso, mas quando ele escreve, tem o dom de encontrar a verdade, por mais que se esforcem para escondê-la.

 Tudo começa com o anti-herói refugiado e recluso da humanidade em uma cabana nas montanhas. Ele saiu da Cidade – esse é o nome da metrópole – por começar a se sentir contaminado. Entretanto, por contrato, o jornalista deve mais alguns trabalhos para seu editor, a quem ele chama carinhosamente de “o grande cafetão”. Eis que surge o paradoxo, pois Spider Jerusalém só consegue escrever no calor dos acontecimentos. Logo, o jeito é voltar para o centro urbano.  

Hunter Thompson em Blade Runner  

 A Cidade é um palco alegórico e futurista, onde todas as neuroses das grandes metrópoles contemporâneas são elevadas de forma exponencial. Informações trafegam em nuvens, em quantidades vertiginosas, e os alimentos são feitos por sintetizadores mafiosos junkies.

 No centro dessa confusão é que retorna Spider Jerusalém, um nome que faz os poderosos e até mesmo o presidente dos EUA perderem o controle de suas funções fisiológicas. Ele é esperto, tem conhecimento, é insubornável e assustadoramente subversivo para ser ignorado. Uma espécie de Hunter Thompson em Blade Runner.

 É nesse contexto em que o escritor Warren Ellis, famoso por seus textos ácidos e certeiros, usará seu personagem – parecido demais com seu criador, aliás – para chutar o balde no que se refere à política, movimentos sociais, segregação racial, religião e consumismo. Tudo encaixado em um cenário onde reina o absurdo, mas aquele absurdo bem conhecido para quem vive em grandes metrópoles. Essa ambientação destaca principalmente o trabalho minucioso e expressivo do desenhista Darick Robertson.  
 
 Essas mesmas seis edições já haviam sido lançadas em português anteriormente, mas por duas editoras diferentes. Além disso, achar os três números iniciais era uma tarefa próxima do impossível. Vale lembrar que colecionar HQs no Brasil não é um hobby fácil. Descontinuidade, cancelamentos e mudanças de editoras são fatores que levam os leitores a arrancarem seus cabelos e ir adquirindo em doses homeopáticas o que sai por aqui de seus personagens favoritos. Quanto mais underground o título, pior fica.

(Luis Vieira/Especial para a brpress)

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