Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

Nem fascista nem socialista

(Londres, brpress) - Regime emanado da revolução iraniana de 1979 desperta visões opostas nas Américas do Norte e do Sul. Por Isaac Bigio.

(Londres, brpress) – O Irã desperta visões opostas nas Américas do Norte e do Sul. Enquanto que na do Norte ele é visto como um possível alvo militar e o candidato-surpresa das internas republicanas, Rick Santorum,  caracteriza-o, assim como ao regime da Síria, como um “fascismo islâmico” e o principal perigo mundial, seu presidente Mahmoud Ahmadinejad peregrinou pela do Sul.

Os governos que  visitou na Venezuela, Nicarágua, Cuba e Equador tratam-no como um líder que tem afinidades com as “revoluções bolivarianas do socialismo do século XXI”.

A verdade é que o regime emanado da revolução iraniana de 1979 não é nem fascista nem socialista.

O fascismo surgiu nos anos 20, como o inimigo principal da revoluções soviéticas, mobilizando as camadas médias e desempregadas contra os sindicatos e as esquerdas, e promovendo um regime de partido único nacionalista que encetasse uma economia protecionista a favor das grandes corporações privadas de seu respectivo país.

Este tipo de movimento chegou ao poder na Itália, Alemanha, Espanha e a maior parte da Europa continental até que, na segunda metade dos anos 1940, foram depostos para nunca mais voltar a dominar nenhum país da região.

Alguns regimes na América Latina e no Terceiro Mundo copiaram o culto à personalidade e a autocracia de Mussolini, mas não tiveram esse sistema de partido totalitário e economia fechada, e, por isso, não podem ser chamados de fascistas.

No Irã, não há nada parecido com um caudilho tipo Franco, Hitler e Mussolini, ou um partido único. Há um líder espiritual da revolução (o aiatolá Seyed Ali  Khamenei) e um presidente que ganhou as eleições disputando-as com outros candidatos (Ahmadinejad).

Ainda que seu regime, como todos os do Oriente Médio, tenha reprimido os comunistas, não se sustenta no ódio contra estes e sim, ao contrário, procura aliar-se com muitos deles no exterior.

Choques

A república islâmica iraniana, criada em 1979, baseia-se em constantes choques com os EUA, a Otan e Israel. No entanto, esta nunca adotou a retórica do socialismo pan-árabe do Baath sírio e iraquiano, de Nasser, Gadafi e Arafat, que se inspirava na falecida União Soviética, com a qual estes governos se aliaram.

Os aiatolás não são árabes sunitas mas persas xiitas, e seu regime sempre foi hostil ao soviético. Em vez de buscar a unidade dos 200 milhões de árabes sob um socialismo autocrático, eles querem que os 1500 milhões de muçulmanos criem sociedades nacionalistas religiosas, estruturadas em torno do Corão e resistentes ao mundo ocidental.  

(*) Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics. É um dos analistas políticos latino-americanos mais publicados do mundo. Fale com ele pelo e-mail [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou no Facebook. Tradução: Angélica Campos/brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate