Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

Sanções: tô nem aí?

(Londres, brpress) - Teerã afirmando que isto não impedirá que continue sua doutrina de “energia nuclear para todos e armas nucleares para ninguém” – muito menos Israel. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – O Conselho de Segurança da Nações Unidas aprovou uma quarta rodada de sanções contra o Irã. São agora, entre outras: o poder para inspecionar barcos iranianos, congelar contas de diversas entidades desta nação e vetar toda venda de certo  tipo de armas ao Irã.
    Rússia e China conseguiram evitar quaisquer sanções mais duras que afetem investimentos, refinamento ou exportações de petróleo e gás iranianos. Dos 15 membros do referido órgão executivo da ONU, 12 seguiram Obama, enquanto que o Líbano se absteve e Turquia e Brasil votaram contra, argumentando que se deveria dar a oportunidade para que se pudesse intermediar um plano que os dois países vêm desenvolvendo.

E Israel?

Teerã respondeu afirmando que isto não impedirá que continue com sua doutrina de “energia nuclear para todos e armas nucleares para ninguém”. O Irã questiona o fato de que as potências nucleares tenham milhares de mísseis atômicos, incluindo uns 200 em poder de Israel, que considera “estado terrorista”.

Também argumenta que esta resolução vai na contramão da que, dias atrás, 118 membros das Nações Não Alinhadas (a maioria da ONU) votou, respaldando o direito iraniano de desenvolver projetos atômicos.

A resolução foi saudada por Israel, em cujo gabinete há gente que anteriormente expressou a possibilidade de fazer um bombardeio preventivo contra o Irã, exatamente como este Estado fez quando destruiu usinas iraquianas.

Isolamento

As medidas tomadas não acabaram ali. Apesar da limitação das sanções, Washington sente que avança no sentido de ir isolando Teerã. A escalada de novas represálias deve crescer e não se pode descartar que às guerras do Afeganistão e Iraque se some outra contra a nação que está entre estas duas.

Um conflito militar contra o Irã seria o mais sério que o mundo presenciaria no pós-Guerra Fria. Diferentemente de Hussein e dos talibãs, o regime iraniano é legitimado por eleições, carece de qualquer rebelião armada interna, possui uma base social e uma forte estrutura econômica e bélica, e conta com uma ampla rede de aliados internacionais (incluindo vários países  latino-americanos – entre eles o Brasil).

O governo iraniano, por tudo isso, acredita que dotar-se de energia nuclear é, de longe, sua melhor opção para evitar ser invadido (o Iraque o foi, precisamente, por carecer de armas de destruição massiva) e que o embate com o Ocidente contribui para o fortalecimento de seu regime interno.

(*) Analista de política internacional, Isaac Bigio lecionou na London School of Economics e assina coluna no jornal peruano Diario Correo. Fale com ele pelo e-mail [email protected] ou pelo Blog do Leitor. Tradução: Angélica Resende/brpress.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate