(São Paulo, brpress) – Com a chegada do verão e das férias, o litoral paulista costuma receber um aumento considerável de turistas, fator diretamente relacionado à qualidade das praias do estado. Segundo o relatório semanal da Cetesb, Companhia Ambiental do Estado de São Paulo, com amostras colhidas entre 16/12 e 09/01, 33% das praias da região estão classificadas como impróprias para banho.

Nesta época do ano, o aumento das chuvas e dos turistas contribui para uma maior geração de esgoto, que pode chegar com mais facilidade nos cursos de água do mar. Isto ocorre tanto pela vazão, quanto pelo escoamento superficial.

Contaminação  

A demarcação de imprópria aponta para presença elevada do indicador de contaminação por fezes humanas ou animais, enterococcus. Para chegar a essa constatação, resultados semanais são comparados aos das últimas cinco amostras. Em caso de concentração acima de 100 unidades formadoras de colônia por 100 ml de água do mar em dois momentos diferentes do período avaliado, ou um resultado acima de 400 na amostragem mais recente, a praia é considerada imprópria para banho.

Neste caso,  há riscos de se contrair doenças graves nestas localidades. “A mais comum e simples é a gastroenterite, mas também há risco de cólera, febre tifóide, conjuntivite, hepatite A, doenças respiratórias e otite, que podem ter as chances de contração aumentadas com a ingestão da água”, explica a bióloga da Cetesb, Carla Cristiane Pinto, que também adverte para a maior vulnerabilidade de crianças e idosos. 

A dermatologista Maria Luiza Ferraz adverte que também é possível contrair bicho geográfico, tinhas (micoses) e infecções de pele no contato com água ou areia contaminada.

Vigilância

Para monitorar a qualidade das praias do litoral paulista, a Cetesb, órgão pertencente à Secretaria de Meio Ambiente, analisa todas as semanas amostras colhidas em 155 pontos com alta frequência de banhistas, ou concentração de habitações. Estão incluídas nesta contagem 136 das 293 praias existentes nos 427 km da costa paulista. 

As coletas realizadas são sempre aos domingos, para se avaliar melhor a concentração de agentes nocivos à saúde humana. “Esse é o dia mais crítico, porque já sofreu influência do sábado. O fim de semana é quando as pessoas mais vão às praias, então analisamos o pior cenário possível, com maior chance de contaminação”, diz a bióloga.

Os banhistas podem saber se as praias paulistas que freqüentam estão adequadas para banho observando a sinalização das mesmas por meio de bandeiras no local: verde significa própria e vermelha imprópria. Também é possível visualizar essas informações no site www.cetesb.sp.gov.br.

Cuidados

A Cetesb recomenda aos banhistas não frequentar as praias demarcadas como impróprias e evitar entrar na água 24 horas após chuvas. Já a dermatologista Maria Luisa Ferraz aconselha: “Não ande descalço, tome banho com água corrente logo após sair do mar e evite ficar com roupas de banho molhadas por muito tempo”.

Para Carla Cristiane Pinto, também é preciso ficar atento à areia, que pode estar contaminada, mesmo com a qualidade da água própria para uso. Isto acontece devido a microorganismos deixados por animais, fezes e lixos de humanos. “A recomendação é para que as pessoas sentem sempre em toalhas e esteiras e que as crianças brinquem na areia úmida próxima do mar”, diz.
 
No caso de aparecimento de sintomas possivelmente relacionados com água ou areia contaminados, a dermatologista orienta: “Não se automedique e procure um médico imediatamente”.

(Gabriel Bonis/ Especial para brpress)

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