Biografia revela Anália Franco
(brpress) - História romanceada destaca múltiplos talentos da feminista, escritora, educadora e musicista, desconhecida de muitos brasileiros.
(Rio de Janeiro, brpress) – Feminista, escritora, educadora e musicista fluminense, Anália Franco ainda é desconhecida de muitos brasileiros. Mas esta injustiça está prestes a ser sanada. Acaba de ser lançado o livro Anália Franco – Quem é Ela? (Editora e+a, 388 págs., R$ 50,00), de autoria do jornalista Bernardo Carneiro Horta.
Trata-se da biografia romanceada de uma das personalidades mais significativas da história do Brasil. “Anália Franco é destas brasileiras de quem muita gente já ouviu falar, mas não sabe quem é”, ressalta o autor. O que faz com que uma mulher nascida há 160 anos prossiga presente na vida de um país? “Noventa anos após sua morte, esta biografia apresenta a trajetória fascinante e vitoriosa da professora que desafiou preconceitos no século 19”, diz Horta.
‘Perigosa’
Para se tornar a personalidade que marcou uma época, Anália correu risco de morte. Aos 20 anos de idade, foi apelidada de “Perigosa” por ajudar crianças negras e órfãs nos anos 1870, por ocasião da Lei do Ventre Livre.
Há quem pense que ela é paulista, mas a professora nasceu em Resende, Rio de Janeiro. Aluna brilhante, aos 15 anos já era professora. Militante abolicionista e republicana, também atuou como escritora e musicista.
Ativista
Anália foi uma das mulheres que estruturou o feminismo no Brasil, atuando com Josephina Álvares de Azevedo e Presciliana Duarte de Almeida. Ela teve os maçons como aliados, quando não havia espaço para o sexo feminino na maçonaria.
Foi católica e, com cerca de 45 anos, tornou-se a primeira brasileira de destaque a assumir-se publicamente espírita. Quando o médico Bezerra de Menezes apresentou a doutrina de Alan Kardec no Rio de Janeiro, Anália Franco era pioneira espírita em São Paulo.
Banda feminina
Com notável capacidade de articulação social e política, fundou escolas e creches, salvou miseráveis, abrigou jovens rebeldes e viúvas pobres, recuperou ex-prostitutas. Fundou até uma banda musical feminina.
Numa época em que mulher não votava, realizou mais obras do que alguns prefeitos, governadores e presidentes da República. Administrou cerca de 110 entidades, propondo instrução para todos.
Por tudo isso, sua memória continua viva. Atualmente, Anália dá nome a centenas de estabelecimentos comerciais, instituições públicas e obras socioeducacionais Brasil afora – merecidamente.