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Ziraldo: críticas a Rufatto e hospitalização em Frankfurt.Foto: DivulgaçãoZiraldo: críticas a Rufatto e hospitalização em Frankfurt.Foto: Divulgação

Chapa do Brasil esquenta em Frankfurt

(brpress*) – Ziraldo bate-boca com Luiz Rufatto após crítica ao país, e é hospitalizado; Paulo Coelho boicota evento, que Paulo Lins acusa de racista.

(brpress*) – Os ânimos brasileiros esquentaram  na Feira de Frankfurt, principal encontro mundial do mercado editorial., que tem o Brasil como país homenageado este ano. Depois de um bate-boca com o escritor Luiz Rufatto, que criticou o sistema educacional do país e disse que era difícil acabar com a divisão entre pobres e ricos, Ziraldo, que completa 81 anos no próximo dia 24 de outubro, passou mal e foi hospitalizado.

    Ziraldo, que teria mandado Rufatto “calar a boca”, faz parte da delegação de autores convidados pelo governo brasileiro. Segundo Rufatto, um a cada três brasileiros tem dificuldades para ler e entender textos simples e as elites “aproveitam a ignorância para assegurar seu poder”. Na abertura do evento, Michel Temer foi vaiado ao discursar logo depois do escritor.

    “O que significa ser escritor num país situado na periferia do mundo, um lugar onde o termo capitalismo selvagem definitivamente não é uma metáfora?”, questionou Rufatto. No final, foi aplaudido de pé pela maioria e vaiado por alguns (segundo a Deutsche Welle, Ziraldo berrava: “Que se mude do Brasil, então!”).

Boicote e biografias

    O editor alemão de Paulo Coelho confirmou que o escritor não vai participar dessa 65ª edição da feira em protesto contra a ausência de jovens autores na seleção feita por Brasília. Depois das críticas à falta de representatividade racial na lista dos 70 escritores convidados, e ao alto custo dessa participação aos cofres públicos (quase R$ 20 milhões), foi a vez dos escritores brasileiros presentes na Feira do Livro de Frankfurt fazerem campanha pela modificação da lei sobre biografias no Brasil.

    Em palestra no estande das editoras brasileiras, Laurentino Gomes, autor do best-seller histórico 1808, disse que o atual código civil é anticonstitucional e lembra os tempos da ditadura militar no país. O escritor internacionalizou em Frankfurt a campanha brasileira pela modificação da legislação que exige a autorização prévia do biografado para a publicação de biografias.

Gil e Caetano defendem

     A legislação brasileira exige a autorização prévia do biografado para a publicação de biografias, dificultando e muitas vezes impedindo a edição de livros sobre personalidades ainda vivas. A campanha, que tem o apoio de grande parte dos escritores brasileiros, ganhou repercussão após o posicionamento recente de cantores como Gilberto Gil e Caetano Veloso em defesa da lei atual.

    Laurentino Gomes disse que o atual código civil brasileiro é inconstitucional e lembra os tempos da ditadura no país ao impedir a liberdade de expressão. A professora senior de física da USP, Emico Okuno, que estava na plateia, participou do debate lembrando o ponto de vista das famílias dos biografados.

    Sônia Jardim, presidente do Sindicato Nacional de Editores de Livros (SNEL) e vice-presidente da Record diz que a legislação atual sobre biografias traz muitos prejuízos ao setor. A inconstitucionalidade da lei sobre biografias está sendo analisada pelo Supremo Tribunal Federal.

Flicts e racismo

    Ziraldo segue internado, em observação e ainda sem previsão de alta. O cartunista daria uma palestra com Maurício de Sousa com o título Um País de Ilustração e Desenhos. Em seguida, estava prevista uma sessão de autógrafos da versão do livro Flicts em alemão. A previsão é que Ziraldo retorne ao Brasil no dia 13.

    Não bastasse toda essa confusão, Paulo Lins se queixou de ser o único escritor negro na Feira. O presidente do evento, Jürgen Boos, foi acusado de racismo. Há ainda acusações de nepotismo, já que o pavilhão de 2 500 metros quadrados do Brasil, construído em papel, foi encomendado a Daniela Thomas – filha de Ziraldo, que também está acompanhado da mulher.

    Ziraldo tem um programa que vai ao ar nos domingos ao meio-dia, na TV Brasil. Nele, o escritor busca incentivar o hábito da leitura nas crianças. Chamado de ABZ do Ziraldo, o programa tem entrevistas e espaço para contadores de história. Em abril deste ano, o cartunista foi condenado por improbidade administrativa pela Justiça Federal em Foz do Iguaçu, junto com o ex-prefeito da cidade Paulo Mac Donald Ghisi, a ressarcir o município em R$ 200 mil, referentes à organização Festival Internacional do Humor Gráfico das Cataratas do Iguaçu (Festhumor).

    O evento ocorreu por meio de verba pública cedida, mas sem formalização do contrato administrativo, além de majoração indevida dos custos, segundo o MPF. Ainda de acordo com a denúncia, o cartunista foi beneficiado com a contratação de uma pessoa jurídica administrada por ele.

(*) Com informações da Agência Brasil, Deutsche Welle e Diário do Centro do Mundo.

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