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FHC dialoga com seus mestres em novo livro. Foto: DivulgaçãoFHC dialoga com seus mestres em novo livro. Foto: Divulgação

FHC redescobre o Brasil

(São Paulo, brpress) - Fernando Henrique Cardoso discorre sobre intelectuais que o influenciaram em Pensadores que Inventaram o Brasil. Por Sérgio Corrêa.

(São Paulo, brpress) – Mais como sociólogo e professor do que como ex-presidente, Fernando Henrique Cardoso discorreu sobre  intelectuais que o influenciaram no recêm-lançado livro Pensadores que Inventaram o Brasil (Companhia das Letras, 336 págs., R$ 40,00) e para uma plateia de mais de 300 pessoas de matizes diversos por uma hora, no lançamento no Museu de Arte de São Paulo (Masp).

    A retórica e verve são artes nas quais FHC ganhou maestria nos anos 60, tanto na forma oral quanto escrita. E tanto no livro quanto no palco, ele mostra que continua um bamba em debater distintas cenas do andamento imediato da história e em decifrar conceitos e análises sobre o Brasil.

De mestre para mestres

    O mestre FHC dialoga com seus mestres sobre os temas recorrentes que unificam o volume: o embate entre Estado e sociedade civil, o legado da colonização, as vicissitudes da democracia, os entraves ao desenvolvimento econômico, a promoção da justiça social. Nada que, aparentemente, o faça no entando fazer o caminho de volta a Brasília nestes tempos de manifestações populares.

    Instado, de bate-pronto, a voltar a se candidatar à presidência da República por alguém na plateia com um “Volta, presidente!”, FHC não perdeu o habitual bom humor algo blasé nem sua agilidade verbal: “Para casa”, contrapôs. E retornou ao debate de ideias, no qual, provou,  continua a ser um aglutinador.

    Os 18 capítulos do livro são, basicamente, fruto uma série de textos publicados m 1978 na extinta revista Senhor Vogue, em que apresentava a vida e a obra de intérpretes-chave do Brasil, como Euclides da Cunha, Sérgio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre, entre dez autores que escreverem sobre o país nos séculos 19 e 20 e que permitem acompanhar o diálogo de FHC com teses que marcaram o mundo e o Brasil.

    Esses artigos, revistos e alterados pelo autor, juntam-se a outros textos, mais recentes, inéditos na forma em que são publicados agora. Entre estes estão ensaios sobre Joaquim Nabuco, Gilberto Freyre e Raymundo Faoro. O último foi escrito especialmente para o volume; os outros dois serviram de base para conferências, respectivamente, na Academia Brasileira de Letras em março de 2010 e na Feira Literária Internacional de Paraty (Flip) em agosto do mesmo ano.

Sintonia

    Os demais capítulos compõem-se de introduções para a edição de livros de alguns autores, discursos ou homenagens prestadas. Essa sintonia com os pensadores que refletem sobre seu tempo faz parte da trajetória acadêmica de FHC. Concorde-se ou não com os argumentos variados de FHC, a coletânea indica forte capacidade de sintonia, desde seus primeiros momentos, como professor da USP, com intelectuais que marcaram seu tempo.

    Vale destacar algumas observações de ou sobre os intelectuais com os quais dialogou (alguns ao vivo, outros com as ideias de seus textos), que remetem, ainda que de forma indireta e cifrada, às circunstâncias atuais do país. “As nações se desenvolvem criando, além da riqueza, mitos”, observa FHC sobre, Os Sertões, Euclydes da Cunha, obra clássica para todos os quiserem entender o Brasil do século 19.

Reflexões

     Mal chega às livrarias e Pensadores que Inventaram o Brasil já se torna percurso quase obrigatório para acompanhar as tentativas clássicas de explicação do país. É um convite a refletir sobre a relevância de análises feitas ao longo de mais de um século e meio ante os desafios do Brasil no século 21.

    Problemas não faltam, como apontam as manifestações que mobilizaram mais de 1,5 milhão de pessoas em 350 cidades no mês de junho, e seu leque amplo de demandas relativas entre outras à qualidade das políticas públicas – e dos políticos – no país. Qualidade esta que, para o bem ou o mal, FHC foi um dos responsáveis em dois mandatos sucessivos (1995 a 2002).

    Sobre os chefes de Estado na América Latina, FHC retoma as observações de Joaquim Nabuco: “É preciso comparar o estado em que receberam o país e o estado em que o deixaram, o inventário nacional ao entrar e ao sair’”. Ora, justamente  esse inventário do duplo legado FHC – o de governo e o do intelectual – é que ainda está a ser feito de forma.  O debate continua, dessa forma, em aberto.

    Leia trechos em PDF no site da editora.

(Sérgio Corrêa/Especial para brpress)

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