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A jornalista bielorussa Svetlana AleksiévitchA jornalista bielorussa Svetlana Aleksiévitch

Histórias de jornalistas

(brpress) - Com a Flip 2016 se aproximando, editoras lançam diversos títulos escritos em tom de reportagem e tendo a notícia como matéria-prima.

(brpress) – Com a Flip 2016 se aproximando (a Festa Literária Internacional de Paraty acontece entre os dias 29 de junho e 3 de julho) e o lançamento do Brasil de Vozes de Tchernóbil, livro que deu à jornalista bielorussa Svetlana Aleksiévitch – principal convidada da Flip – o Prêmio Nobel de Literatura em 2015, a editora dela no Brasil, Companhia das Letras, enche as prateleiras das livrarias de livros de jornalistas. As editoras Rocco e a Record também apostam em livros escritos por quem tem na notícia a matéria prima e a linguagem da reportagem como linha-mestra para contar histórias.

Em O Instante Certo, de Dorrit Harazim (384 págs.), algumas das mais importantes fotografias da história são analisadas e contextualizadas, não por questões técnicas, mas humanas. Em Minhas Duas Meninas (184 págs.), Teté Ribeiro conta como,  após quase uma década lutando contra a infertilidade, decidiu ter filhos por meio de uma barriga de aluguel na Índia, enfrentando diversos desafios em nome do desejo de ser mãe de filhos biológicos. O livro vai virar filme.

Em  PC Siqueira Está Morto (248 págs.), Alexandre Matias conta a trajetória do paulistano Paulo Cezar Siqueira, que se tornou um dos primeiros youtubers do Brasil no começo dos anos 2000 e, em meio a  novos influenciadores digitais (como eles são chamados), continua tendo lugar de destaque por sua personalidade polêmica.

No front do Rio e da Segunda Guerra 

Em sintonia com as Olimpíadas do Rio, O Dono do Morro (360 págs.), do jornalista inglês Misha Glenny, toma o caminho difícil ao contar a história do traficante Nem, da Rocinha. Glenny, que já mergulhou na rede do crime organizado transnacional em McMáfia (Companhia das Letras), agora aborda a o impacto do “fracasso da guerra às drogas” na vida de um indivíduo em particular. Em novembro de 2011, ao ser preso, Nem era o criminoso mais procurado do Rio de Janeiro, se não do país. Misha Glenny vai encontrá-lo na prisão, e o que se segue é tanto a ascensão e queda de um traficante como a tragédia de uma cidade.

Tragédia e luta também são combustíveis para o novo livro de Svetlana Aleksiévitch:  A Guerra não Tem Rosto de Mulher (392 págs.). A história das guerras costuma ser contada sob o ponto de vista masculino: soldados e generais, algozes e libertadores. No entanto, se em muitos conflitos as mulheres ficaram na retaguarda, em outros estiveram na linha de frente.

É esse capítulo de bravura feminina que Svetlana Aleksiévitch reconstrói neste livro – que será lançado na Flip. Quase um milhão de mulheres lutaram no Exército Vermelho durante a Segunda Guerra Mundial, mas a sua história nunca foi contada. Svetlana Alexiévitch deixa que as vozes dessas mulheres ressoem de forma angustiante e arrebatadora, em memórias que evocam frio, fome, violência sexual e a sombra onipresente da morte.

Médico-mostro e ex-combatente alemão

Lançado no começo de junho, A Clínica – A Farsa e os Crimes de Roger Abdelmassih (Record, 350 págs.), de Vicente Vilardarga, é um livro-reportagem de apuração precisa sobre um personagem assustador: Roger Abdelmassih, mito da medicina reprodutiva, incensado nos melhores salões paulistanos, mas cujo espantoso edifício de crimes chocou a todos os brasileiros. Com um texto primoroso e uma reconstituição detalhada dos fatos, o repórter Vicente Vilardaga esmiúça a inacreditável trama de mentiras que cercam o médico condenado a 278 anos de prisão por mais de 48 delitos de abuso sexual a suas pacientes.

E, para fechar a lista de leituras fumegantes para aquecer este inverno, temos algo mais leve e divertido – mas não menos jornalístico, ainda que somente no tom por ser uma ficção: Um Nazista em Copacabana (Rocco, 352 págs.). de Ubiratan Muarrek. Otto Funk é um ex-combatente alemão que, deixando para trás os escombros da Segunda Guerra Mundial, desembarca no Brasil, onde conhece Iracema, uma manauara muito emocional, com quem acaba se casando e tendo uma filha, Diana Verônica.

Grávida e em fuga por conta dos tropeços de seu ex-parceiro numa prefeitura do ABC paulista (qualquer semelhança com a realidade não é mera coincidência), Diana resolve seguir o mesmo caminho que seu pai fizera quando conhecera sua mãe e foge para a Cidade Maravilhosa. Ali a trajetória de Otto é revista, percorrendo duas gerações familiares.  Muarrek reconstrói as turbulências do final da ditadura militar e os conflitos sociais e políticos do Brasil contemporâneo, revelando os meandros da complexa engrenagem do poder, as armações diárias nas várias esferas sociais e as figuras miúdas de um país em desalinho.

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