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Maria Alice VergueiroMaria Alice Vergueiro

Memória teatral resgatada

(São Paulo, brpress) - Os Reis dos Musicais e O Teatro do Ornitorrinco contam, em edições caprichadas, histórias de figuras emblemáticas do teatro brasileiro. Por Lucianno Maza.

(São Paulo, brpress) – Em um país que pouco registra e valoriza a memória de seus artistas, é de se festejar os lançamentos dos livros Os Reis dos Musicais (Imprensa Oficial; R$ 30,00) e O Teatro do Ornitorrinco (Imprensa Oficial; R$ 170,00), que, em edições caprichadas – que chamam atenção pela excelência da parte gráfica –, contam a história e as histórias de figuras emblemáticas do teatro brasileiro.

Os Reis dos Musicais, de Tânia Carvalho,  segue o estilo livro-depoimento das biografias da Coleção Aplauso. Nele, Charles Möeller (dramaturgo e diretor) e Claudio Botelho (diretor musical e ator) contam suas trajetórias até formarem a dupla de maior sucesso do teatro brasileiro. Explica-se também o processo de revitalização do gênero musical no Brasil que, antes da parceria surgir, no final dos anos 1990, estava relegado a segundo plano.

    Com uma primeira parte voltada àjuventude de cada um, é quando Möeller e Botelho se encontram que o livro se torna mais interessante: de produção em produção, as opiniões e pontos de vista dos dois sobre cada espetáculo, dialogam, divergem e se complementam.

    Das divertidas reações psicossomáticas de Möeller à ironia felina de Botelho, a obra permite conhecer um pouco das cabeças por trás dos grandes sucessos – e alguns poucos fracassos – do cada vez mais agitado mundo dos musicais no Brasil.

Vanguarda na ditadura

    Em O Teatro do Ornitorrinco, a atriz Christiane Tricerri – uma de suas principais integrantes, ao lado de Cacá Rosset e Maria Alice Vergueiro – assume a função de contadora da história do grupo. Fundado em 1977, foi um dos principais da vanguarda paulista durante os anos do regime militar, permanecendo irreverente até os dias de hoje.

    Com 4,5 kg, o volume é recheado de material sobre as criações da trupe. Fotografias de espetáculos, croquis de figurinos e projetos gráficos das produções garantem uma documentação visual importante, além de dar um forte colorido à publicação. Textos analíticos e depoimentos narram, com muito humor, momentos importantes da companhia, como sua passagem por Nova York, no início dos anos 1990, com uma temporada de sucesso ao ar livre do Central Park.

    O livro é um registro eficiente da memória do Ornitorrinco e, de certa forma, funciona ainda como retrato de uma geração teatral, dando ao leitor parte do panorama da produção artística no Brasil durante a ditadura e depois dela.

(Lucianno Maza / Especial para brpress)

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