Montalbano em crise
(brpress) - No livro A Paciência da Aranha, de Andrea Camilleri, detetive se pergunta: é possível um homem chegar ao fim de sua carreira e se rebelar contra tudo que lutou para manter?
(brpress) – Um dos mais emblemáticos detetives da literatura policial começa a sentir o peso dos anos. E da solidão. Mas como os vinhos que tanto aprecia, Salvo Montalbano ganha mais personalidade e sabor com o passar do tempo. Refinado, amante dos prazeres da boa mesa e avesso à violência, é com o mesmo intelecto aguçado com o qual resolve os mais intrincados mistérios que ele analisa sua própria trajetória. No livro A Paciência da Aranha , de Andrea Camilleri (Ed. Record, Col. Negra, 240 págs., R$ 39,90), o detetive se pergunta: é possível um homem chegar ao fim de sua carreira e se rebelar contra tudo que lutou para manter?
Em meio a divagações morais, percebe que os criminosos que ajudou a prender são infelizes vítimas de um sistema também imperfeito Neste caso, melhor seguir a lei ou a própria consciência? Montalbano é retirado desse auto-exame por um chamado de seus companheiros da força policial de Vigàta: uma moto fora roubada. Mas há muito mais por trás desta simples ocorrência, e – coragem! – é preciso encontrar o fio de uma teia, tecida com paciência e crueldade.
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Nascido em Porto Empedocle (Agriento), em 1925, Andrea Camilleri trabalhou por muito tempo como roteirista e diretor de teatro e televisão, produzindo os famosos seriados policiais do comissário Maigret e do tenente Sheridan. Estreou como romancista em 1978.
A consagração, porém, viria somente no início dos anos 1990, quando publicou A Forma da Água, primeiro caso do comissário Salvo Montalbano. Desde então recebeu alguns dos principais prêmios literários italianos e tornou-se sucesso de público e crítica em todos os países onde foi lançado, com mais de 3 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo.