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Entre distúrbios e o 11/09

(brpress) - Ultradireitista Liga de Defesa da Inglaterra e assassino da Noruega prometem marchas islamofóbicas. Ambos são a outra face da Al Qaeda. Por Issac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress

(brpress) – A quatro semanas dos distúrbios na Inglaterra, iniciados em 6 de agosto, a polícia proibiu, pela primeira vez em um quarto de século, a realização de marchas no centro de Londres. Isto se deu devido ao temor de que se chocassem uma manifestação anti-muçulmana e outra anti-racista no último sábado (03/09).

Para o fim de semana anterior ao décimo aniversário do 11 de setembro, a Liga de Defesa da Inglaterra (EDL), um grupo de ultra-direita, que organizou marchas contra os 2 ou 3 milhões de maometanos britânicos, havia convocado uma manifestação na “boca do leão” para gritar contra o Alcorão pelas ruas do principal bairro islâmico de Londres: Tower Hamlets.

Este distrito, onde fica parte da City, centro financeiro da cidade, e a sede do Comitê Olímpico 2012, tem um prefeito e representantes municipais e parlamentares nascidos em Bangladesh.

Islamofobia

A EDL e Breivik, o assassino da Noruega, abertamente reivindicam a mesma ideologia islamofóbica. Ambos são a outra face da Al Qaeda.

A doutrina desta nova corrente difere do nazismo anti-semita porque esta quer que os judeus, em vez de serem considerados como seus inimigos, sejam tratados como seus grandes aliados para matar dezenas de milhões de islâmicos.

Se Hitler lançou a congregação Mufti de Jerusalém e os muçumanos da Bósnia e da Albânia contra os judeus, o EDL e Breivik querem que Israel seja sua ponta-de-lança contra a maior religião do mundo que reza em uma língua semita: o Islã.

A EDL não apoia Breivik (que assume ser o co-fundador de uma internacional de terroristas em Londres e que ajudou a dividir ideológica e organizacionalmente a EDL), mas compartilha esse mesmo ódio contra os muçulmanos.

Paradoxalmente, os trabalhistas e muitas pessoas de esquerda (que tradicionalmente consideram a polícia como sua inimiga) incentivaram a proscrição das marchas e pedem que o governo conservador-liberal mantenha o impedimento policial.

Política

David Cameron abertamente condena a EDL (e os fascistas do British National Party – BNP, que chegaram a obter um milhão de votos), mas usa ambos para justificar sua adaptação a pressões antimigrantes e, neste caso, para dar mais poder às forças de segurança as quais, dado o crescente descontentamento social, vão terminar sendo usadas contra muitos dos mesmos sindicalistas que pediram mais repressão contra a EDL.

A Scotland Yard apenas permitiu que a EDL e a Unidade Anti Fascista/UAF, que teve mais gente, façam concentrações estáticas (e não marchas).

Duas coisas me chamaram a atenção quando estive em ambas as demonstrações: uma é que há possibilidade de que a violência política entre fascistas e antifascistas volte às ruas inglesas; outra é o enorme poder que os bengalis adquiriram em um dos 32 distritos de Londres, onde o prefeito fazia declarações nessa língua, rodeado de guardas bangladeshes.

(*) Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics. É um dos analistas políticos latino-americanos mais publicados do mundo. Tradução: AngélicaCampos/brpress. Fale com ele pelo e-mail [email protected] , pelo Twitter @brpress e/ou no Facebook.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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