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Ativista queniana Ikal Angelei: Goldman Environmental Award pela luta na preservação do Lago Turkana. DivulgaçãomAtivista queniana Ikal Angelei: Goldman Environmental Award pela luta na preservação do Lago Turkana. Divulgaçãom

Rio+20: ‘É preciso assumir riscos’

(brpress) - 'Temos sido ameaçados. Torturados. Presos. Envenenados. Assassinados. Chegou a hora de os governos agirem", diz carta dos premiados com o Goldman Environmental aos líderes globais.

(brpress) – Laurareados com o prêmio Goldman Environmental, a maior premiação do mundo para ativistas ambientais, estão chamando líderes mundiais que estarão na Conferência para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas – a Rio+20 (UN Conference on Sustainable Development), que começa nesta quarta (13/06) – para a responsabilidade e o compromentimento em fazer valer medidas para a proteção do meio ambiente.

    Uma carta aberta exortando os líderes a “assumirem riscos” está disponível (em inglês) no site do Goldman Environmental, que já premiou, em 1996, a ex-ministra do Meio Ambiente do Brasil Marina Silva e, este ano, laureou o trabalho da ativista queniana Ikal Angelei para a preservação do Lago Turkana. Um total de 107 vencedores do Goldman Prize de 81 países assinam a carta, representando um vasto e respeitável espectro de atividades ambientais, conduzidas por gente de diversas áreas,  como líderes indígenas e religiosos, advogados, biólogos e até oficiais de governos.

A carta ressalta que, a maioria das conquistas e avanços em questões de proteção ao meio ambiente desde o Earth Summit, a Eco-92, que também aconteceu no Rio, em 1992, deram-se por meio do ativismo civil e de lideranças locais e não de políticas públicas. No entanto, a necessidade de ações operadas e embasadas por governos chegou a um ponto crítico, frente aos desafios do aquecimento global e do desenvolvimento sustentável.

Belo Monte africana

    O prêmio concedido à Ikal Angelei, em 2012, é emblemático e lembra muito as questões defendidas por ambientalistas brasileiros com relação à usina de Belo Monte. O Lago Turkana fica ao norte do Quênia, quase fronteira com a Etiópia, e é um dos maiores lagos da África e fonte de água e sobrevivência para as populações indígenas locais. Em seu maior afluente, o Rio Omo, está sendo construída a quarta maior hidrelétrica africana e a quarta maior do mundo, a Gibe 3. Uma drástica mudança no volume de águas do Turkana é esperada como parte do impacto ambiental da obra.

    Como na controversa Belo Monte brasileira, que afeta diretamente os  afluentes do Rio Xingu, a obra pode gerar extinções de peixes e escassez de recursos naturais para as populações locais que, no caso da África, além de lutar contra as condições de severa pobreza, lutam também entre si na disputa pelos recursos naturais. 

    Apostando numa solução sustentável para o Lago, Angelei fundou, em 2008,  a ONG Friends of Lake Turkana (FoLT), para engajar e educar a população local sobre ambientalismo e, em 2009,  lançou a Turkana People’s Declaration, listando as necessidades comunitárias com relação à usina. Eles conseguiram que o governo queniano reconsiderasse a compra de energia da Etiópia em agosto de 2011, quando o parlamento do Quênia aprovou por unanimidade uma resolução demandando independência ambiental em seus fronteiras neste projeto da Etiópia.

    A Unesco também respondeu aos apelos da FoLT e aprovou uma resolução para que as obras sejam interrompiadas até que mais estudos sobre o impacto ambiental da usina seja realizados. Quarenta por cento de Gibe 3 estão concluídos.

Vidas em risco

    O que todos estes ativistas têm em comum são justamente os riscos  – especialmente pessoais – que assumiram em sua militância pela preservação do meio ambiente. Prisões, ameaças, intimidações, violência e até tortura estão entre os fatos enfrentados pelos que decidiram arriscar suas vidas por causas ambientais coletivas.

    Entre os casos de ativismo mais radical e tentativas idem de intimidação vale ressaltar o do capitão naval aposentado russo Alexander Nikitin , laureado em 1997,  que foi preso por revelar e denunciar as ameças ambientais por trás dos submarinos nucleares fora de uso na Rússia. A indiana Medha Patkar, laureada em 1992, foi repetidamente espancada e presa em protestos contra a destruição ambiental provocada por projetos “desenvolvimentistas” . A própria Marina Silva, apesar do assassinato de seu colega próximo, o serigueiro Chico Mendes, continuou liderando seringueiros em projetos de preservação da floresta Amazônica contra interesses de grandes madeireiras.

Leia a íntegra da carta aberta dos premiados com o Goldman Environment Awards aqui  (em inglês).

Assista a vídeo sobre o trabalho da ambientalista queniana Ikal Angelei, para salvar o Lago Turkana (em inglês):

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