Alexandre, o grande
(São Paulo, brpress) - Herchcovitch veste a roupa do surrealismo no último dia da São Paulo Fashion Week. Por Valmir Costa.
(São Paulo, brpress) – Alexandre Herchcovitch não consegue se superar. Tampouco não consegue cair de rendimento a cada edição da São Paulo Fashion Week (SPFW). Seu desfile no prédio da Bienal não foi diferente.
Com uma espécie de black-tie estilizado, Herchcovitch vestiu a roupa do ilusionismo do pintor belga surrealista René Magritte (1898-1967), que dizia que pintava para tornar visíveis seus pensamentos. Assim Herchcovitch fez na sua coleção com justaposições como propunha Magritte. O chapéu-coco, usado pelo artista, coroou a coleção herchcovitchiana.
O personagem Alex de Large, de Laranja Mecânica (1971), também serviu de inspiração. O náilon dourado, tafetá, tricoline, malha, tecido de tapeçaria e linho compõem a coleção. Na cartela de cores, o preto básico-chique e tons sóbrios como o marrom, vinho, cinza, neutros, adornados com algum bordado e até peças em xadrez para quebrar o monocromático.
Dândi
São casacos com forro colorido, paletós, calças justas ou mais folgadas. A gravata borboleta e os cortes de alfaiataria – entremeando a silhueta masculina e feminina – deram esse ar criativo ao look masculino do estilista. Os óculos escuros redondos – tendência do verão 2010/2011 – também são pontuais no look quase vitoriano do estilista.
Desta vez, menos estreetwear e mais casual com pitadas de dândi, ou seja, aquele homem de refinado senso estético e superclassudo. Com Herchcovitch parece que vai ser sempre assim.
(Valmir Costa, do MundoMais/Especial para brpress)