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Look de Dilara Findikoglu subvertem feminilidade. Foto: DivulgaçãoLook de Dilara Findikoglu subvertem feminilidade. Foto: Divulgação

O feminismo punk de Dilara Findikoglu

(Londres, brpress) - Estilista turca, destaque no London Show Rooms, em Paris, subverte feminilidade homenageando mulher que matou marido em legítima defesa. Por Juliana Resende.

(Londres, brpress) – “Conheci” Dilara Findikoglu na London Fashion Week SS16, em 2015. Uau! Foi tudo que pude dizer, além de postar vários vídeos dos looks feministas punk rockers, especialidade da estilista turca graduada pela Central Saint Martins, no Instagram da brpress (veja abaixo). 

Dilara apresentava sua coleção dentro da igreja St. Giles in the Fiels, também conhecida como Poets’Church (“Igreja dos Poetas”), encravada desde 1731 no West End londrino, ao som de Black Sabbath. Fique hipnotizada com a ousadia, a criatividade e o teor subversivo dos looks e a cenografia by Another Man, da diretora de moda Ellie Grace Cumming. 

Havia velas e livros velhos jogados no chão da “casa de Deus”. Os modelos estavam no altar, em volta de uma mesa com frutas, carnes e “sangue”, numa “Santa Ceia” satânica. Dilara me ganhou ali (ainda sem eu saber pronunciar seu sobrenome). Por isso, não foi surpresa quando ela convidou para mostrar sua coleção Primavera-Verão 2017 num clube de strip, no Soho. 

Aprisionadas 

Mulheres e suas “armaduras” através do tempo foi o tema das roupas, da ambientação e dos detalhes – como um útero com ovários bordado em algumas peças, como em maxicalcinhas, bem ali. Referências e épocas – da androginia do glam rock aos espartilhos do século 18, das golas vitorianas aos babados e mangas Tudor – se misturam em pura provocação. 

“A coleção é sobre como os corpos femininos têm sido empacotados em diferentes sociedades”, diz Dilara à Dazed. As cores predominantes são rosa e vermelho – geralmente associadas à feminilidade. Um contraste com a agressividade que as criações da estilista evocam. Subversão e rebeldia é o que interessa em looks que caem bem na excentricidade e globalização londrinas.

Roupas fechadas até o pescoço das prisioneiras nas cadeias vitorianas se fundem com “fantasias” masculinas que atrizes usavam nos teatros da Era Elizabethana, quando mulheres eram proibidas de subir aos palcos (como mostra o filme Shakespeare Apaixonado). 

Dilara também homenageia Çilem Doğan, uma mulher turca libertada da prisão depois de matar seu marido abusivo em legítima defesa. “A Turquia está cada vez mais conservadora e raramente a violência contra a mulher é levada a sério”, reclama Dilara, que batizou a coleção de “Querido passado. Obrigada por todas as lições” – frase escrita na camiseta que Doğan usava quando foi para a cadeia.

Fã de John Galliano, Dilara Findikoglu sabe que seu trabalho não é do tipo pelo qual todos caem de amores. Apesar de ter sido selecionada para expor no London Show Rooms, um pedaço da London Fashion Week na Semana de Moda de Paris, que acaba nesta terça (07/08), teve de mostrar suas criações em público pela primeira vez num evento-protesto do lado de fora da Central Saint Martins, enquanto seus colegas desfilavam coleções comportadas dentro da universidade. É a cara e a coragem de quem ama heavy metal e Marilyn Manson.

Semifinalista do prestigioso prêmio LVMH, grupo que controla as marcas Louis Vuitton e Dior, Dilara ganhou manchetes das revistas de moda no último final de semana, quando a modelo Natalia Vodianova usou um chamativo e diferenciado vestido vermelho da estilista turca em sua festa de aniversário que chacoalhou a semana de moda de Paris. 

(Juliana Resende/brpress)

Veja aqui e aqui vídeos de looks de Dilara Findikoglu e galerias no Pinterest e Facebook.

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

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