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Plantação de Bananas, de Djanira: modernismo brasileito. Foto: Humberto Pimentel/Itaú Cultural © Instituto Pintora DjaniraPlantação de Bananas, de Djanira: modernismo brasileito. Foto: Humberto Pimentel/Itaú Cultural © Instituto Pintora Djanira

Modernismo brasileiro vibra em Londres

Exposição Brasil! Brasil! The Birth of Modernism reúne dez artistas-chave do movimento na Royal Academy of Arts.

(Londres, brpress) – O modernismo brasileiro invadiu Londres. São Tarsilas, Anitas, Djaniras e muitos outros artistas com obras emblemáticas do movimento modernista, algumas nunca vistas no Reino Unido.

A exposição Brasil! Brasil! [assim mesmo, com ‘s’] The Birth of Modernism acontece na Royal Academy of Arts, de 28/01 e até 21 de abril. Os ingressos custam cerca de R$155 (£21).

Dez artistas

O Nascimento do modernismo reúne mais de 130 obras de dez tótens da arte brasileira do século 20, incluindo Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Alfredo Volpi. São ao menos dez obras de cada artista

A colaboradora da brpress em Londres, Aynur Simsek, diz que a mostra está “vibrante” e que vai fazer uma segunda visita, para apreciar e entender mais sobre o modernismo brasileiro.

Empinando Pipa (1950). Foto
: Humberto Pimentel/Itaú Cultural. © Instituto Pintora Djanira
Mulheres, imigrantes

Duas mulheres são artistas-chave do modernismo brasileiro e marcam a exposição: Anita Malfatti, que liderou o movimento, e Tarsila do Amaral, celebrada internacionalmente.

A exposição também inclui Djanira da Motta e Silva, descendente de indígenas, o imigrante judeu lituano radicado no Brasil Lasar Segall, o artista performático e arquiteto Flávio de Carvalho, o neo-concreto Geraldo de Barros, entre outros.

A ideia é contar 70 anos de arte brasileira, do figurativo ao abstrato.

Lago, 1928
Foto: Jaime Acioli. ©️ Tarsila do Amaral S/A
Brasilidade

O modernismo brasileiro captura a diversidade e as raízes culturais do Brasil do início do século passado até o pós-guerra (de 1945 em diante), rompendo com o classicismo.

Era um olhar para dentro e ao mesmo tempo expandido do Brasil – valorizando tudo que era nacional – e do mundo, que vivia transformações decorrentes da Revolução Industrial.

Ao mesmo tempo, forças sociais, políticas e econômicas influenciavam uma forma radicalmente diferente de arte e pensamento, diante das novas realidades do século 20.

Vanguardas europeias

Essa nova visão, influenciada pelas vanguardas europeias, mas sem copiar nenhuma delas, pedia uma nova arte – moderna.

A vida cotidiana nos centros urbanos que se formavam no Brasil se misturava com identidades dos imigrantes, afro-brasileiras e indígenas – pelo menos na visão dos modernistas.

Artistas brasileiros estavam adaptando tendências contemporâneas, influências internacionais e tradições artísticas às cores, culturas, territórios e paisagens do Brasil.

O modernismo se consolidava, marcado pela experimentação radical e oposição à arte acadêmica, pela busca pela novidade nas formas, por uma linguagem própria e a insubordinação contra o establishment.

Movimento de fases

O modernismo tem três fases. A primeira, chamada de Fase Heróica ou Geração de 1922, a mais radical e disruptiva, cheia de irreverência e escândalo – na qual a mostra na RA se concentra. 

A segunda, mais amena, denominada Fase de Consolidação ou Geração de 1930, marcada pela preocupação social e política e pelo regionalismo, destacando o nordeste.

E a terceira, chamada de Fase Pós-1945 ou Geração de 1945, mesclando a primeira e a segunda, com maior preocupação com a estética. 

Colonialismo interno

No Brasil, o modernismo teve como marco a Semana de Arte Moderna de 1922, em São Paulo, onde especialmente artistas que haviam morado na Europa criaram uma cena.

Mas o Recife também estava na vanguarda do movimento, apesar de enfrentar “o colonialismo interno”, como define o crítico de arte Paulo Herkenhoff, ex-curador adjunto do Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMA.

Raridades

A maioria das obras reunidas em Brasil! Brasil! The Birth of Modernism vêm de coleções particulares brasileiras raramente exibidas, bem como de coleções públicas brasileiras – algumas nunca vistas no Reino Unido.

Mas há uma seção dedicada à histórica Exposição de Pinturas Brasileiras Modernas, que ocorreu na Royal Academy em 1944. Os valores provenientes das vendas das obras foram doados para a Força Aérea britânica com o propósito de combater Hitler..

Foi a primeira exposição de arte moderna brasileira no Reino Unido. Dela muito se orgulha o curador-chefe da Royal Academy, Adrian Locke – que tem um profundo conhecimento e apreço pelo modernismo brasileiro.

Mário de Andrade, 1939 Foto:
: Luiz Aureliano. © Flavio de Carvalho
Solidariedade

Exposição de Pinturas Brasileiras Modernas reuniu 168 obras de 70 artistas para arrecadar fundos para o esforço de guerra, especificamente o RAF Benevolent Fund.

Cerca de 23 obras foram compradas naquela exposição e doadas a museus do Reino Unido. Brasil! Brasil! O Nascimento do Modernismo inclui sete destas obras, três das quais são de Roberto Burle Marx, 80 anos depois.

A exposição foi organizada pelo Zentrum Paul Klee, Berna – onde esteve em cartaz de 07/09/24 a 05/01/25 –, em colaboração com a Royal Academy of Arts, e tem a Granado e a Fundação Burle Marx entre os patrocinadores.

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