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A mulher e a lei do impedimento

(brpress) - agora elas ditam o ritmo da peleja, alertam para o impedimento do Robinho ou do Luis Fabiano antes mesmo do chato comentarista-juiz da Rede Globo. Por Xico Sá.

Xico Sá*/Especial para brpress

(brpress) – É, amigo, se ainda faltava uma área em que as fêmeas não haviam equilibrado o jogo com os marmanjos, já era, adeus. Nesta Copa do Mundo elas dominaram definitivamente as regras mais bizarras e mandaram a escanteio a condição de Amélias da bola.

O domínio sobre a lei do impedimento, último refúgio do machismo, caiu por terra. A menos interessada na folia copeira sabe que o jogador que recebe o passe não pode estar à frente do penúltimo adversário, incluindo o goleiro, no momento em que a bola é lançada.

Simples até demais, não é mesmo? Tão simples que os cavaleiros da mesa redonda passam dias e noites discutindo se um atacante estava ou não em impedimento quando marcou o gol do seu time. Mesmo na era da cobertura televisiva em 3D e com um aparato de câmeras capaz de captar até o mais pornográfico dos pensamentos de um juiz.

O certo é que elas agora entendem como nunca. Não falo apenas de uma Marília Ruiz, gata e profissionalíssima da área, trato da anônima que domingo, em qualquer recanto deste país, vai humilhar a macharada durante Brasil x Costa do Marfim.

Lembro agora das primeiras amigas que me deixaram embasbacado por entenderem desta arte ludopédica, ainda nos anos 80: Vera Ogando e Ana Dubeux, com quem dividia a bancada do Tablóide Esportivo, jornal do Recife. Naquela época, era uma façanha para as moças.

É, amigo, agora elas ditam o ritmo da peleja, alertam para o impedimento do Robinho ou do Luis Fabiano antes mesmo do chato comentarista-juiz da Rede Globo. Foram elas também, não os marmanjos, que espalharam o hit “Cala a boca, Galvão”.

Aqui em casa só me resta, durante a Copa, cuidar da cerveja gelada e do churrasco. O controle remoto é dela. Não perde sequer os teipes dos jogos na madrugada. Quando passo na frente da TV, coitado, ainda tenho que passar como um ser rastejante, mais abaixadinho que mecânico de skate, para não atrapalhar a leitura inteligente que ela faz de um jogo. Sabe tudo.

No bolão, a cria da minha costela também disparou com vários pontos na frente. Humilhante.

Primeiro elas queimaram sutiãs, depois dominaram todas as linhas de montagem, hoje comandam plataformas de petróleo, jornais, emissoras de tevê, prefeituras, Estados, países.

Nem o último refúgio do macho, a sabedoria sobre a lei do impedimento, escapou do avanço da fêmea. Estamos mesmo perdidos em um mato sem cachorro ou GPS.

& MODINHAS DE FÊMEA

Falar em homem perdido, deixamos vocês aí com o velho John Wayne (1907-1979), o último dos caubóis e assumidamente um porco-chauvinista: “Por mim elas podem trabalhar onde quiserem – desde que eu encontre o jantar pronto quando chegar em casa”.  

(*) A coluna Modos de Macho & Modinhas de Fêmea, do jornalista Xico Sá, é fornecida com exclusividade pela brpress. Fale com ele pelo e-mail:  [email protected] pelo Blog do Leitor.

Xico Sá

O jornalista e escritor Xico Sá, é autor dos livros Modos de Macho & Modinhas de Fêmea (Ed. Record), Catecismo de Devoções, Intimidades & Pornografias (Ed. do Bispo), entre outros. Suas crônicas foram licenciadas pela brpress ao Diário do Nordeste, Diário de Pernambuco, O Tempo e Yahoo Brasil.

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