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Devoradoras de homem

(brpress) - Pelo menos no discurso amoroso, não há dúvida, a fêmea se apropriou de vez da lengalenga dos marmanjos. Por Xico Sá.

Xico Sá*/Especial para brpress

(brpress) – O homem é a nova mulher. Poderia ser apenas um chiste do jornalista Alcino Leite Neto, mas a frase, escrita pelo sábio colega de profissão, diz muito mais sobre a nova postura feminina do que todas as nossas especulações psicanalíticas de botequim. 

Pelo menos no discurso amoroso, não há dúvida, a fêmea se apropriou de vez da lengalenga dos marmanjos. É, amigo Lacan, aquela velha história de que a mulher não existe, tua tirada mais famosa, está ficando démodé. A fala feminina, apesar dos pesares e do miserável trocadilho, é o falo que faltava para a existência plena das moças.

Elas estão podendo. Elas nos devoram, taradas e indiscretas índias tupinambás, as famosas antropófagas. Nos traçam e espalham em todas as rodas sociais. O poder da fala e do gozo com a narração das aventuras. 

A nós, homens, só resta uma constatação tipicamente feminina de invernos de outrora:?Você só quer me comer!? A fala é o novíssimo falo do mulherio. A libido pode até ser comum de dois, mas ela é sobretudo feminina.

A fêmea goza, principalmente da nossa cara de machos perdidos na selva mais indômita. 

No ataque e na defesa, o discurso amoroso da mulher mimetiza a nossa linguagem mais arcaica. Sabe aquele manjadíssimo truque do ?estou confuso etc?, tão em voga como mal da boca masculina? Agora é arte da mulherada. 

Sim, a enganação-mor, o clássico dos clássicos da nossa principal mentira, agora é falado em outra língua. ?Estou confuso, não é culpa sua, você é ótima, mas acho que não vou lhe fazer bem nesse momento, bla-bla-bla-bla?. Era o que dizíamos para nos safar de alguns encurralamentos, para cair fora, para amaciar o adeus.  

Já ouviram esse trágico fragmento, não é? Para completar a fraude sentimental, vinha sempre algo nesse tom, repare se não estou certo: ?Você merece algo melhor!!!? O copyright tem a marca da nossa testosterona das antigas, mas agora quem canta a mesma bola são as formosas damas. 

Mais do que o próprio novo comportamento e o avanço da mulher em todos os ramos, a fala é que nos incomoda e perturba o cocoruto. A conquista de uma narração desavergonhada, o seqüestro dos nossos dizeres mais ?podres? e imorais.

E já reparou, amigo, como elas contam suas jornadas sexuais? Parecem até que possuem pênis mesmo. Dão com a língua nos dentes. Melhor, batem o pau na mesa, para usar uma das nossas expressões de baixaria prediletas. 

& MODINHAS DE FÊMEA

Contra a tortura medieval da depilação, surgiu na Inglaterra o movimento Hairy Awarey, as peludas conscientes, na versão nacional. A liga já começa a vingar também no Brasil. 

O slogan é o mesmo em qualquer canto:  “Deixe os pelos do corpo crescerem e aparecerem, e ao inferno com o que os outros pensam”. 

Com nostalgia hippie e pendor feminista, as moças questionam todo e qualquer padrão lisinho que impera hoje em dia. 

E aí, o que acham, senhoras e senhoritas?

(*) A coluna Modos de Macho & Modinhas de Fêmea, do jornalista Xico Sá, é fornecida com exclusividade pela brpress. Fale com ele pelo e-mail: [email protected] Este endereço de e-mail está protegido contra spambots. Você deve habilitar o JavaScript para visualizá-lo. , pelo Blog do Leitor ou pelo Twitter @brpress.

Xico Sá

O jornalista e escritor Xico Sá, é autor dos livros Modos de Macho & Modinhas de Fêmea (Ed. Record), Catecismo de Devoções, Intimidades & Pornografias (Ed. do Bispo), entre outros. Suas crônicas foram licenciadas pela brpress ao Diário do Nordeste, Diário de Pernambuco, O Tempo e Yahoo Brasil.

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