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Quebra de sigilo no amor

(brpress) - Como na arrecadação de recursos para campanhas eleitorais, todo mundo já teve o seu “caixa 2” do desejo. Por Xico Sá.

Xico Sá*/Especial para brpress

(brpress) – Quem, entre nós, resistiria a meia hora de quebra do sigilo amoroso ou sexual?Como na arrecadação de recursos para campanhas eleitorais, todo mundo, até mesmo no mais escondido dos conventos de devotas beneditinas, já teve o seu “caixa 2” do desejo.

Em pensamentos, atos ou omissões.

Em telefonemas, emails ou declarações bêbadas.

Ninguém resiste a meia hora de quebra de sigilo. 

No amor, somos todos corruptos. Menos naquela hora em que a paixão por alguém nos toma 100% do cérebro e a febre amorosa espoca qualquer termômetro. Depois passa.

Nosso destino é pecar, como disse o pudico Nelson, padrinho espiritual dessa coluna. Por estas plagas, até a virtude prevarica.

Às sextas-feiras, então,,já repararam como o cheiro de pecado toma conta dos bares e é mais forte até do que o odor que vem dos ralos e dos bueiros?

Às sextas, as balconistas batem o ponto e saem fofas e cheirosas no final do expediente. Trazem de casa, em segredo de Estado, lindas lingeries escondidas na bolsa. As executivas, mais afortunadas, carregam as suas peças íntimas Victoria Secret, olhos da cara, com a mesma sina.

Às sextas, toda a moral religiosa, cristã ou não, tira suas horas de folga, vai tomar uma fresca além muito além do mosteiros de São Bento. 

Toda moral vira falsa e paraguaia na terceira dose de uísque.

Às sextas, quando as lojas começam a abaixar suas portas, fica valendo a máxima de Santo Agostinho: “Deus, livrai-me das tentações, mas não hoje.”

Quem, entre nós, machos & fêmeas, resistiria a uma CPI do amor ou do sexo?

Este cronista ficaria rico, na pele de um camelô de álibis. Ah, as lindas e impagáveis fraquezas da carne!

As despesas com jantares à luz de vela denunciariam os amantes pelo cartão de crédito ou no extrato para simples conferência. Os porteiros de prédios e motéis seriam os mais perseguidos dos depoentes. Seria um inferno.

A melhor amiga ou o melhor amigo, estas instituições supostamente vestais, também seriam convocados a depor. Na CPI do amor sobraria até para o entregador de pizzas, que também sabe muito sobre os segredos de alcova.

Outros documentos arrolados como provas: tíquetes de estacionamentos, bilhetes de cinema, contas de bares e farmácias (preservativos e lubrificantes), passagens compradas às pressas etc etc.     

No amor e no sexo, somos todos corruptos.

& Modinhas de Fêmea

Eis uma pequena lição que aprendi com o mestre Xenofante. É preciso, por mais ocupado e endinheirado que seja o casal, manter alguma atividade conjunta no gerenciamento do lar, na arrumação da casa, no enfeite do ninho, no zelo pela alcova. 

Não deixem tudo nas mãos dos serviçais, por mais que vocês sejam barões. Cortem um alho juntos, mudem uma planta de lugar, façam um arroz-de-puta (aquela refeição tirada das sobras completas da geladeira), encham as garrafas d´água, lavem terapêuticos pratos, comprem flores, deixem de ser metidos a artistas.

(*) A coluna Modos de Macho & Modinhas de Fêmea, do jornalista Xico Sá, é fornecida com exclusividade pela brpress. Fale com ele pelo e-mail: [email protected] , pelo Blog do Leitor ou pelo Twitter @brpress.

Xico Sá

O jornalista e escritor Xico Sá, é autor dos livros Modos de Macho & Modinhas de Fêmea (Ed. Record), Catecismo de Devoções, Intimidades & Pornografias (Ed. do Bispo), entre outros. Suas crônicas foram licenciadas pela brpress ao Diário do Nordeste, Diário de Pernambuco, O Tempo e Yahoo Brasil.

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