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Estados Unidos do Brasil e da América

(Londres, brpress) - Enquanto os EUA converteram-se numa potência, Brasil conformou-se em ser o principal aliado pan-americanista do Tio Sam. Por Isaac Bigio.

Isaac Bigio*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – Em 1889, o Brasil deixou de ser uma monarquia governada por um ramo da família que desenvolveu o império português para converter-se em uma república que, até 1967 (Carta Constitucional promulgada pelo governo militar), chamava-se Estados Unidos do Brasil (e passou a chamar-se República Federativa do Brasil). Tanto este país como os Estados Unidos são as duas principais potências em cada uma das duas Américas.

Isaac Bigio*/Especial para brpress

(Londres, brpress) – Em 1889, o Brasil deixou de ser uma monarquia governada por um ramo da família que desenvolveu o império português para converter-se em uma república que, até 1967 (Carta Constitucional promulgada pelo governo militar), chamava-se Estados Unidos do Brasil (e passou a chamar-se República Federativa do Brasil). Tanto este país como os Estados Unidos são as duas principais potências em cada uma das duas Américas.

O Brasil tem, aproximadamente, a metade do território e da população da América do Sul, enquanto que os EUA têm a grande maioria da população da América do Norte, ainda que, em se tratando de área, tenha menos da metade desta. Os dois são os únicos colossos americanos que foram se expandindo para o oeste e anexando territórios de todos os seus vizinhos hispânicos.

Os EUA anexaram todo o norte mexicano, Porto Rico e Cuba (da qual hoje somente conservam Guatánamo) e chegaram a ocupar quase todas as repúblicas do Caribe. O Brasil tirou territórios de quase todos os seus dez vizinhos. Também invadiu o Uruguai (que lutou pela independência contra o Brasil) e protagonizou contra o Paraguai a única guerra de extermínio da América pós-colonial.

Gigantes

Ambos os gigantes se assentam em meio das duas maiores bacias fluviais de ambas as Américas (a do Mississipi e a do Amazonas), nas quais se desenvolveram sofisticadas civilizações ameríndias, que sucumbiram por pragas que viajaram mais rápido que os europeus que as trouxeram, e que assassinaram o grosso de seus habitantes.

Enquanto a Espanha assentou-se na infra-estrutura de antigos impérios da América Central e andinos, e estabeleceu uma mestiçagem entre europeus e indígenas, nos territórios colonizados pelos portugueses e britânicos a população indígena foi dizimada e o território foi repovoado por europeus e africanos.

Escravidão

Se hoje os EUA têm a maior população de origem européia do mundo e também negra do hemisfério norte, o Brasil tem a segunda população negra do mundo fora da Nigéria e a maior de origem européia no hemisfério sul. Nos EUA, a escravidão foi abolida após uma guerra civil e hoje apenas um em cada oito norte-americanos são de pele de ébano; no Brasil, a escravidão foi mantida várias décadas depois de abolida no resto das Américas e hoje a metade de seus habitantes tem raízes africanas.

A descolonização da América hispânica continental deu-se com cruentas guerras civis, que a fragmentaram em quase duas dezenas de repúblicas. EUA e Brasil escaparam deste destino, mantendo e expandindo seus territórios originais e sufocando todo tipo de secionamento.

Distanciamento

O Brasil foi a sede da única monarquia que possuía colônias em todo o globo, enquanto os EUA converteram-se na primeira grande república imperial. Diferentemente dos EUA, o Brasil chegou tarde à industrialização e ao capitalismo, e não se transformou numa potência mundial. Conformou-se em ser o principal aliado pan-americanista dos EUA, tanto nas duas guerras mundiais como na Guerra Fria. No entanto, depois que esta última terminou, o Brasil começou a marcar certa distância dos EUA e a perfilar-se como uma potência emergente.

Isaac Bigio

Isaac Bigio vive em Londres e é pós-graduado em História e Política Econômica, Ensino Político e Administração Pública na América Latina pela London School of Economics . Tradução de Angélica Campos/brpress.

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