Museu das Favelas subverte história do Palácio dos Campos Elíseos
Símbolo da elite cafeeira e ex-sede de governo agora abriga um espaço de memória e herança periférica.
(São Paulo, brpress) – Enquanto a utopia do empreendedor Edu Lyra, criador da ONG Gerando Falcões, de que a pobreza no Brasil vire coisa museu não se torna realidade, o Museu das Favelas, em São Paulo, se encarrega de mostrar que um futuro menos desigual é possível. E que o futuro das favelas depende do futuro do Brasil, de qual país estamos construindo.
O que Heliópolis, Paraisópolis, Complexo da Maré e de Manguinhos, Rocinha, Vila Mangue do Recife, as palafitas de Manaus, ou, indo até a África, Kibera, no Quênia, uma das maiores favelas do mundo – que visitamos a convite do International Reporting Project – têm em comum, além da violência, falta saneamento básico, ausência do estado e de direitos?
“A potência”, diz Carla Zulu, responsável pelas relações institucionais e porta-voz do museu. Ela se refere à economia das favelas, que movimenta milhões de reais com empreendedorismo informal e outras atividades.
Símbolo da elite
Não por acaso, o Museu das Favelas fica no Palácio do Campos Elíseos, construído no século 19 e símbolo da elite cafeeira de São Paulo, na época. O governo estadual adquiriu o imóvel, passando a ser utilizado como residência de governadores e sede de governo até 1967, quando um incêndio acelerou a mudança para o Palácio dos Bandeirantes.
Agora abriga o Museu das Favelas, que abriu em dezembro de 2023 com a exposição Favela Raiz – justamente um manifesto sobre a transição do Palácio dos Campos Elíseos para um espaço de memória e herança periférica.
Além das exposições, o local oferece diversas oficinas, como por exemplo “como produzir funk pelo celular”, “como ser um empreendedor social”, além de feiras e eventos.
#brpressconteudo #agoraeuquerogritar #museudasfavelas #favelas