
92 Graus: acabou a história
(Curitiba, brpress) - Clube curitibano fechou e junto foi-se uma agenda de shows que fez do lugar sinônimo do melhor do indie rock brasileiro. Por Adriane Perin.
(Curitiba, brpress) – Foi com alguns e-mails em tom pessoal – como sempre foram os de divulgação dos shows do Espaço Cultural 92 Graus – que o músico e produtor JR Ferreira comunicou seus “seguidores” que, desta vez, seria para valer: o 92, bar curitibano, fechou mesmo as suas portas. Junto, foi-se uma agenda com as derradeiras baladas do lugar, que, nos anos 90, foi sinônimo do melhor da música independente brasileira – e não só em território paranaense.
Em um porão da Visconde do Rio Branco – primeiro endereço do Ninety Two Degrees, seu nome original, em referência à música da Siouxsie and the Banshees –, Ferreira fez história e cravou em alto e bom som sua marca no nascente circuito independente brasileiro. Nas domingueiras do 92, as paredes transpiravam, o chão ficava perigosamente liso e as pessoas voltavam para casa com a alma lavada.
E, para fechar com chave de ouro, 14 bandas e 3 DJs passaram pelo palco do 92 na Benvindo Valente, onde esteve nos últimos quatro anos. O guitarrista Marcus “Coelio” Gusso acompanhou tudo desde o começo e também a despedida, no último domingo (16/05), quando tocou com as bandas Easy Players, Os Garotos Chineses e Koti e os Penitentes.
“Rejuvenesci dez anos! Há tempos não via shows tão bons”, comenta ele, que, junto com outros velhos amigos, fechou o bar às 5 da manhã da segunda-feira. A despedida é sentida, mas, pelo menos, vem com uma perspectiva: o incansável JR Ferreira tem planos de voltar a fazer eventos lá no porão da Visconde.
(Adriane Perin/Especial para brpress)