Acesse nosso conteúdo

Populate the side area with widgets, images, and more. Easily add social icons linking to your social media pages and make sure that they are always just one click away.

@2016 brpress, Todos os direitos reservados.

André Abujamra extasia plateia com show-filme Omindá

(São Paulo, brpress) - Quem foi à estreia do novo show de André Abujamra esperando mais uma excentricidade do músico acertou. Mas talvez não esperasse tanto. Ingressos estão esgotados. Por Juliana Resende.

(São Paulo, brpress) – Quem foi à estreia do novo show de André Abujamra, Omindá – A União das Águas pelo Mundo, esperando mais uma excentricidade do músico acertou. Mas talvez não esperasse tamanha excentricidade, modernidade e lirismo. O espetáculo, em cartaz somente neste final de semana, no Auditório Ibiraquera, é o fino do casamento entre a world music e o audiovisual. Poético, forte e surpreendente.

Foram 11 anos de trabalho em idas e vindas a 13 países, derrubando fronteiras e abraçando o diferente, mas paradoxalmente tão igual: a emoção provocada pela música. André se inspirou e louvou a água – essa commodity que abunda e falta, move moinhos, lava-jato e pecados, roupa suja e mata a sede. Com uma orquestra multicultural, um turbante vermelho, um colar com o símbolo místico do projeto (usado por todos os participantes) e sempre uma guitarra à tiracolo, André Abujamra une o improvável num mashup fascinante. 

Experiência audiovisual

É certo que o álbum que dá nome ao show-filme – no palco, as imagens captando diversas locações e artistas interagem com o que acontece ao vivo, música e cena, como um grande videoclipe global executado num ‘live’ – fica menos emocionante quando só ouvido (o trabalho está disponível em CD, vinil e em todas as plataformas digitais) e não visto. Por isso, o valor de Omindá é, antes de tudo, está na experiência do presente, quando virtual e presencial se encontram sem pausa (no YouTube é possível ‘ver’ cada música).

O encontro das águas é uma metáfora do encontro dos artistas, e vice-versa: flui como um rio que desagua num mar de referências de um planeta-água globalizado, cujas culturas, povos e pessoas são aproximados pela tecnologia e pela arte, embora governos insistam nas barreiras imigratórias e territoriais. Esses impedimentos físicos caem por terra no tsunami emocional, sonoro e antropofágico regido por André Abujamra. Búlgaros, árabes, indianos, russos, europeus, latinos e africanos integram essa viagem, em uníssono. 

Grande elenco

A vasta lista de artistas que fazem de Omindá um dos projetos mais interessantes e belos concebidos por um artista brasileiro na última década é vasta. São 65 minutos e 15 músicas-filmes, compostas por André e com parceiros como Xis, Theo Werneck, Oki Dub, o inseparável Mauricio Pereira, de Os Mulheres Negras (o duo com André), além de Mintcho Garramone, Anelis Assumpção e Martim Buscaglia, entre outros. “Fui encontrando essas pessoas maravilhosas pelo caminho”, diz André, com o jeitão de menino que engana quando ele coloca sua genialidade e espiritualidade a serviço do som – “o que mais amo nessa vida”, diz.   

Além dos artistas internacionais, como a The City of Praga Philharmonic Orchestra (República Checa), o tradicional coro The Mystery of the Bulgarian Voices (Bulgária), Zaza Fournier (França), Ballaké Sissoko (Mali), Maria de Medeiros (Portugal), Sasha Vista (Rússia), Oki Kano (Japão),  Julia Ortiz e Dolores Aguirre (Argentina), Rishab Prasanna e Sharat Srivastava (India), participam do projeto artistas brasileiros como o percussionista Marcos Suzano, o violeiro Ricardo Vignini, a Trupe Chá de Boldo, Ritchie e Paulinho Moska. 

Superprodução 

Ao final do espetáculo de estreia, André Abujamra foi ao foyer do Auditório Ibiraquera para receber abraços, beijos, cumprimentos, beija-mãos e distribuir autógrafos e selfies. À brpress, confidenciou: “É muita gente!”. Não, ele não se referia ao público, apesar da casa lotada, mas aos músicos e equipe técnica do espetáculo. A entourage beira uma centena (só no palco são 40 pessoas). “Vai ser difícil levar esta produção a outras cidades do Brasil e do mundo”, prevê o músico. Mas nunca é demais pedir. 

Omindá foi realizado sem qualquer patrocínio direto ou via leis de incentivo cultural. Depois da água, que venha o fogo, em 2020, conforme anunciado por André. Afinal, promessa é dívida.  

(Juliana Resende/brpress) 

Assista ao vídeo de O Mar: 

Omindá – A União das Almas do Mundo Pelas Águas

Sexta (23/03) e sábado (24/03), às 21h; domingo (25/03), às 19h.

 Ingressos: R$ 20 e R$ 10 (meia-entrada) ESGOTADOS

Auditório Ibirapuera – Oscar Niemeyer – Av. Pedro Alvares Cabral, s/n – Portão 2 do Parque Ibirapuera
(Entrada para carros pelo Portão 3); (11) 3629-1075; [email protected]

Juliana Resende

Jornalista, sócia e CCO da brpress, Juliana Resende assina conteúdos para veículos no Brasil e exterior, e atua como produtora. É autora do livro-reportagem Operação Rio – Relatos de Uma Guerra Brasileira e coprodutora do documentário Agora Eu Quero Gritar.

Cadastre-se para comentar e ganhe 6 dias de acesso grátis!
CADASTRAR
Translate