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Fuck youFuck you

Axl, rosas e fogo, muito fogo

(São Paulo, brpress) – Em show de quase três horas, Guns N’Roses mostra que tem energia, repertório e perfumaria de sobra – e ainda por muito tempo. Por Eliane Maciel.

(São Paulo, brpress) – O show paulistano da banda de rock americana Guns N’Roses – que se apresenta neste domingo (14/03), 20h30, na Apoteose carioca e na terça (16/03), às 21h, no Estacionamento da Fierg, em Porto Alegre –, foi marcado por inúmeros detalhes e será guardado para sempre na lembrança de fãs e mesmo curiosos, que arriscaram a ver o show simplesmente porque “ouviram falar” da grandiosidade da banda há mais ou menos 20 anos.

O espetáculo não foi mera e simplesmente um show que Axl Rose programou para mostrar que, sim, pode entregar rock n’roll da melhor qualidade, mesmo tendo demorado 13 anos para concluir o disco que dá nome a esta turnê, Chinese Democracy. Aos 47 anos, Rose continua aquele ruivo invocado que levou a platéia à loucura no Rock in Rio 3, em 2001 – até então última apresentação da banda no país –, fazendo o melhor show de todo o festival.

Em São Paulo, o líder do Guns mostrou que é mais do mesmo – mais velho, mais ranzinza, mais explosivo e mais atrasado do que nunca: o show começou com mais de três horas do horário programado (21h30) e  terminou quase às quatro da manhã, com um público de 38 mil pessoas indo para casa destruído fisicamente, pelo casaço e calor, mas absolutamente feliz. Reenergizado pelo rock esfuziante do Guns N’ Roses, mesmo que só reste Rose e Dizzy Reed (teclados) da formação original.

Encrenqueiro

Axl Rose causou comoção geral, como há muito não se via na apresentação de uma banda de rock em terras brasileiras, ao entrar no palco vestindo um modelito brilhante, óculos escuros e chapéu. Logo nos primeiros minutos da música de abertura Chinese Democracy, um choque. “Stop!”, grita o vocalista.  Ele se irritou com um copo de água jogado sobre o palco e que o acertou, molhando sua calça.

“Quem é o estúpido que fez isso? Venha aqui no palco seu covarde. Quer acabar com a festa? Não há problema algum, eu posso ir embora. Você é tão idiota quanto o cara daquele clube que organizou algo por aqui há alguns dias? [referindo-se ao tal show “secreto” que o Guns supostamente faria na boate Disco, de Marcos Mion]. Bom, de onde retomamos?”

Depois de toda a tensão, para alívio do público, ao invés de ir embora, o Guns fez o Palestra Itáia quase implodir com o grito agudo ao final da frase ‘You know where you are? You’re in the jungle, baby. You’re gonna diiiiiiiiieeeeeeee…’ Hit de combustão máxima do grupo, hino de uma geração, Welcome to the Jungle estremeceu as bases do estádio. Logo em seguida, It’s so Easy complementou o clima de êxtase.

Gás e guarda-roupa

Mais magro do que no Rock in Rio 3 e com uma voz ainda fantástica, apesar dos prejuízos causados pela idade e anos de excessos, Axl Rose mostrou que ainda tem muita energia, repertório e perfumaria de sobra e por muito tempo.  Para lá e para cá, de um lado a outro no palco, ele trocou de roupa umas seis vezes – mas nada de bermudinhas ou leggings coladas. Do figurino original, ficaram somente as famosas bandanas na cabeça, sua marca registrada.

E com uma dose de simpatia extra, apesar do forte temperamento, coletou presentes, rosas, camisetas e faixas jogados o tempo todo no palco. Uma das faixas pela quais o vocalista mais mostrou interesse foi uma em que estava escrito “Mom, Don’t Worry. Axl is Watching Me. (Mãe, não se preocupe. Axl está cuidando de mim)”.

Novos refrões

A banda tocou uma grande quantidade de músicas do último CD e, apesar das críticas negativas, o público estava afiadíssimo com os novos refrões. Em Better, a empolgação era visível e o coro ecoava uníssono quando Rose, nos agudos mais altos, se permitiu algumas pequenas falhas. Mas nada que abalasse o show.

O bandleader apresentou seus guitarristas (dois shows à parte) Richard Fortus (que animou com a música tema de James Bond) e Bumblefoot (que fez um solo incrível de Pantera Cor-de-rosa). Durante a cover de Paul McCartney, Live and Let Die, alguns sustos foram causados com a quantidade de estrondos, explosões e fogos no palco. Todos os clichês do rock estavam ali.

Em certo momento do show, Axl Rose interrompeu a apresentação pela segunda vez, mas com carinho. Chamou a modelo e dublê da tradutora Ellen Jabour no palco, para pedir ao público que desse um passo para trás, para que a turma do gargarejo não fosse “esmagada” na grade.

‘Nó na garganta’

    Sweet Child O’ Mine, You Could Be Mine e November Rain (com Axl ao piano, claro) são outros grandes clássicos também fizeram parte do set list. E McCartney não foi o único cover. Another Brick in the Wall, do Pink Floyd, e Goodbye Yellow Brick Road, de Elton John, foram tocadas por Rose ao piano, além da profunda Knocking on Heaven’s Door, de Bob Dylan. 

Assim que encerrou o cover de Dylan, ele interrompeu o show pela terceira vez para “tirar esse nó do minha garganta”. “Sei que isso já passou, mas vou falar”. Ele fazia, mais uma vez, referência ao “bafáfá” da boate Disco e do show ao qual não comparecera. “Conhecemos esse idiota em Nova York e ele queria marcar um show fechado em um clube aqui, com várias garotas, modelos e tal”.

Rose continuou: “Eles marcaram, mas eu e os caras havíamos sofrido bastante com o último show. Estava com a garganta ruim e avisei que não iria. Vocês acham que eu estragaria minha voz para seis pessoas ou para todos vocês? Eu detestaria não vir hoje por causa disso e dar um ‘fuck you’ pra vocês. Então dei um ‘fuck you’ pra eles”, disse, justificando sua ausência interpretada como “cano” pela imprensa local.

Paciência

A última música antes antes do bis foi Night Train. Axl Rose volta pouco depois ao palco com Madagascar, com uma apresentação de imagens nos telões de tirar o fôlego. Shackler’s Revenge e This I Love (em que Axl esqueceu a letra em alguns momentos, mas se saiu bem) fecharam antes do big finale. Patience e Paradise City encerraram a apresentação com chave de ouro.

Nova queima de fogos, explosões, solos de guitarra e chuva de papel picado vermelho e serpentinas prateadas. Ao final de tudo, Axl Rose ainda permaneceu no palco por alguns minutos com a banda – o público também não arredava o pé –, ainda extasiados pelo show totalmente rock n’roll, com direito, inclusive, a um coro que ele mesmo sugeriu de “Fuck you, Axl Rose!”.

RIO DE JANEIRO
 – 14 de março, às 20h30; 
Praça da Apoteose (R. Marques de Sapucaí , s/nº, Centro)
; Ingressos: R$ 180 (pista/arquibancada), R$ 350 (pista Premium).

PORTO ALEGRE – 
16 de março, às 21h
; Estacionamento da Fiergs, no bairro Sarandi; Ingressos: R$ 280 (pista premium), R$ 150 (pista), R$ 180 (cadeira), R$ 130 (arquibancada). Com a mudança de local, as entradas compradas para os setores pista vip e pista valem normalmente. Aqueles que compraram ingressos do setor cadeiras (R$ 180) poderão permanecer no mesmo setor ou trocar, pagando a diferença, para o setor pista vip. Outra opção é trocar pelo setor “pista”, sendo restituído da diferença do valor do ingresso. Já os que compraram ingressos para a “arquibancada” passam a ter acesso à pista.

Informações sobre bilheterias oficiais no site www.ticketsforfun.com.br ou pelo telefone 4003-0848 (válido para todo o país, sem DDD).

(Eliane Maciel/Especial para brpress)

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